Está ocorrendo, em São Paulo, o XVIII Fórum Internacional de Sepse. O evento tem o objetivo de compartilhar e discutir novidades com todos os profissionais interessados em sepse. O foco é trazer discussões para mudar a realidade da sepse em nosso país. O professor Mervyn Singer palestrou no evento sobre o uso de betabloqueadores na sepse.
Betabloqueadores na spese
Na sepse, a resposta do hospedeiro está associada à modificação do sistema imunológico, hormonal, metabólico, bioenergético e do sistema nervoso autônomo. Tudo isso gera um estado catabólico geral, estimulação adrenérgica excessiva, altos níveis de catecolaminas e depressão miocárdica. A taquicardia é um marcador de estimulação simpática nesses pacientes.
A lesão miocárdica na sepse é mediada por ação catecolaminérgica excessiva e produção de citocinas. Neste contexto, consideramos o uso de betabloqueadores, que modulam essas duas vias. O palestrante ressaltou que há alguns estudos que suportam o uso de betabloqueadores na sepse, mas que estão em andamento ensaios clínicos randomizados (Europa e Inglaterra) que podem ajudar muito a orientar melhor o uso de betabloqueadores neste contexto.
Em geral, foi sugerido o uso em pacientes sépticos com taquicardia persistente que não tenham contraindicação óbvia ao uso dos betabloqueadores. É importante que tenha sido realizada a devida ressuscitação inicial (volêmica/vasopressores) e que o paciente esteja estável, antes de considerar iniciar a medicação. Deve-se ter cautela em pacientes com depressão miocárdica significativa. A dose de infusão inicial deve ser baixa e titulada devagar em algumas horas. A monitorização hemodinâmica com observação do comportamento do débito cardíaco é essencial para esta titulação.
Mensagens práticas
- Betabloqueadores são uma opção útil no tratamento do choque séptico.
- O uso deve ser cauteloso. Monitore de perto os pacientes!
- Os ensaios clínicos ainda estão em andamento. Aguardaremos os resultados e divulgaremos as novidades aqui no Portal PEBMED.
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