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Terapia Intensiva7 novembro 2025

CBMI 2025 - Ventilação Mecânica no TCE Grave

Durante o CBMI 2025, o Dr. Sergio Nogueira abordou os principais pontos da ventilação mecânica em pacientes com TCE grave, com foco em segurança e oxigenação cerebral.
Por Redação Afya

Durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI 2025), o Dr. Sergio Nogueira Nemer, apresentou na conferência Ventilação mecânica no TCE grave, pontos polêmicos da ventilação mecânica invasiva (VMI) em pacientes adultos. 

A VMI é um componente essencial no manejo do trauma cranioencefálico (TCE) grave, com objetivo principal de garantir adequada oxigenação e ventilação, prevenindo a hipoxia e a hipercapnia (dois fatores que agravam a lesão cerebral secundaria). Neste perfil de pacientes, o controle rigoroso da PaCO2 e da PaO2 é fundamental para manter a pressão de perfusão cerebral (PCC) e evitar flutuações da pressão intracraniana (PIC) 

Como ventilar o paciente adulto com TCE grave 

  1. Modos ventilatórios: recomenda-se o uso de modalidades ventilatórias controladas. Não há diferença nos desfechos clínicos entre utilizar ventilação controlada a volume (VCV) ou a pressão controlada (PCV). 
  2. PEEP: valores entre 12-15cmH2O podem ser utilizados com segurança em pacientes adultos com SDRA (leve, moderada ou grave) sem repercussões clínicas importantes, e com pouca interferência na PIC. 
  3. Manobra de recrutamento alveolar (MRA): o único método seguro para este perfil de pacientes é a MRA incremental-decremental. A qual é sugerida em casos clínicos selecionados, desde que a mecânica respiratória seja continua. 
  4. Posição Prona: pode ser utilizada com cautela, monitorando continuamente a PIC (pois pode aumentar) de forma contínua. Sendo recomendada a prona com Tremdelemburg reverso. 
  5. Hiperóxia: eficaz em subgrupos que tem hipoxia cerebral, pode tolerar PaO2 até 150-160 mmHg. Recomenda-se monitorar continuamente a oxigenação cerebral. Eficaz em subgrupos de pacientes com hipoxia cerebral.  
  6. Hiperventilação: PaCO2 maior que 45mmHg e menor de 32 mmHg podem aumentar a mortalidade. 

Mensagens Práticas 

  • Utilizar modalidades ventilatórias controladas 
  • Monitorar a PIC de forma contínua 
  • PaCO2 não deve estar maior de 45mmHg ou menor de 32mmHg 
  • Tolerar PaO2 até 150-160mmHg 
  • PEEP até 15cmH2O em pacientes com SDRA 
  • Posição prona: manter estabilidade da coluna, associar com Trendelenburg reverso, manter a cabeça na linha média. Recomendado para pacientes com relação PaO2-FiO2 menor que 150mmHg desde que sem aumento da PIC. 
  • MRA: quando cursa com SDRA grave associada a hipoxia cerebral. 

Autoria

Foto de Redação Afya

Redação Afya

Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.

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