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Terapia Intensiva16 novembro 2024

CBMI 2024: Técnicas de inserção de cateter venoso central guiadas por ultrassom

Um estudo investigou se a técnica “wire-in-needle” reduz o tempo para a inserção bem-sucedida do fio-guia na veia jugular interna em comparação à técnica de seringa e agulha. 
Por Julia Vargas

A inserção de cateter venoso central (CVC) é uma prática comum em pacientes críticos e cirúrgicos, porém é suscetível a complicações mecânicas como punção arterial e hematomas. Para reduzir esses riscos, recomenda-se a orientação por ultrassom em tempo real. Duas técnicas distintas são utilizadas: a técnica tradicional com seringa e agulha, e a técnica “wire-in-needle” (fio pré-colocado na agulha, sem seringa). Este estudo investigou se a técnica “wire-in-needle” reduz o tempo para a inserção bem-sucedida do fio-guia na veia jugular interna em comparação à técnica de seringa e agulha. 

Metodologia 

Este foi um ensaio randomizado envolvendo 250 pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca eletiva, onde a inserção de CVC era necessária. Pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um utilizando a técnica “wire-in-needle” e outro a técnica de seringa e agulha. O objetivo primário foi medir o tempo entre a punção da pele e a remoção da agulha após a inserção bem-sucedida do fio-guia. Os desfechos secundários incluíram a taxa de sucesso na primeira tentativa, o número de tentativas para inserção e as complicações associadas ao procedimento. 

Resultados 

Foram analisados dados de 238 pacientes. O tempo médio para inserção do fio-guia foi similar entre os grupos, com 22 segundos para “wire-in-needle” e 25 segundos para a técnica convencional (p = 0,165), sem diferença estatisticamente significativa. Em termos de sucesso na primeira tentativa, ambos os grupos apresentaram taxas próximas (89% para “wire-in-needle” e 93% para a técnica convencional). No entanto, a taxa de complicações foi menor no grupo “wire-in-needle”, com incidência de 7% contra 16% no grupo de seringa e agulha. 

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Conclusão e aplicabilidade prática 

Embora a técnica “wire-in-needle” não tenha reduzido significativamente o tempo para a inserção do fio-guia, ela mostrou uma redução nas complicações associadas, como punção da parede posterior da veia e hematomas locais. Essa técnica permite menor manipulação da agulha e visualização contínua do fio-guia por ultrassom, possivelmente diminuindo a chance de desvio da agulha e outras complicações. Entretanto, o estudo destaca a necessidade de habilidades avançadas em ultrassonografia para a técnica “wire-in-needle”. 

Ambas as técnicas podem ser adequadas para a inserção de CVC guiada por ultrassom, sem impacto significativo no tempo do procedimento. A técnica “wire-in-needle” pode ser considerada em pacientes com maior risco de complicações mecânicas, pois apresenta menor taxa de incidentes adversos. Contudo, investigações maiores são necessárias para confirmar esse benefício. 

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