CBMI 2024 - Barreiras para implementação de protocolos de dor, agitação e delirium
O XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) 2024 contou com a presença de uma ilustre convidada internacional na pediatria. A atual presidente da Society of Critical Care Medicine (SCCM). Dra. Lauren Sorce (Northwestern University, Feinberg School of Medicine, Estados Unidos), participou da sessão temática “Sedação em Terapia Intensiva” e sua aula foi intitulada “Barreiras para implementação de protocolos de dor, agitação e delirium?”.
A palestrante, que é enfermeira, professora e pesquisadora, enfatizou a importância do uso de protocolos para o manejo da dor, agitação e delirium em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), alinhados com as práticas recomendadas atualmente pela SCCM para pacientes adultos e pediátricos. Trata-se de um trabalho em conjunto em que todos os membros da equipe interdisciplinar devem participar.
Infelizmente, a implementação destes protocolos enfrenta inúmeras barreiras, em especial a necessidade de mudança de cultura das organizações. Existe muita resistência por parte das equipes, além de, muitas vezes, não haver engajamento que estimule estas mudanças. Mudar culturas não é nada fácil. Dessa forma, ela mostrou a aplicação da “Change Theory” (“Teoria da Mudança”) de Kotter. Trata-se de uma metodologia para a produção de mudanças duradouras, muito utilizada por perfis de liderança em todo o mundo. Consiste em um método estruturado de manejo de mudanças com o objetivo de planejar e implementar novas maneiras de operar dentro de uma organização. A “Teoria da Mudança” consiste em uma escada de oito degraus (oito passos) para o sucesso em uma liderança. Cada um desses passos representa as atitudes e comportamentos que o líder deve seguir para criar uma nova estratégia em sua organização com mudança de cultura da equipe e para que estas mudanças se mantenham.
Leia também: CBMI 2024: Analgesia e sedação em recém-nascidos
1. Criação de um senso de urgência
O problema deve ser identificado e as pessoas precisam ser inspiradas para agir para alcançar o objetivo.
2. Construção de uma coalizão orientadora
Discussões sobre o ponto de mudança devem ser iniciadas e deve ser identificados líderes para essa missão.
3. Formar uma visão estratégica
O problema deve ser apresentado e, a cada passo, deve ser solicitado um retorno da equipe. Os líderes que estejam na linha de frente devem desenvolver e testar um plano de instrução da equipe.
4. Comunicar a visão para adesão da equipe
Promover estratégias para instrução da equipe sobre o assunto
5. Partir para a ação
As ações devem ser permitidas por meio da remoção de barreiras que possam atrasar ou criar bloqueios para o progresso.
6. Gere vitórias de curto prazo
Cada vitória representa uma molécula dos resultados. As vitórias devem ter reconhecimento e devem ser comunicadas para seguir rumo ao progresso e dar energia para que a equipe possa ser estimulada a persistir no objetivo.
7. Não desistir
Seguir firme no propósito, não pulando etapas.
8. Incorporar mudanças na cultura
Mais difícil que iniciar as mudanças é fazer com que elas permaneçam no dia a dia das equipes.
A Dra, Lauren reforçou o quanto estas mudanças são complexas, mas mostrou com orienta as equipes a manter o foco:
● Seguir os oito passos da “Teoria da Mudança” de Kotter;
● Colocar lembretes que sejam apropriados para sua unidade;
● Permitir a integração de novos protocolos;
● Garantir que haja medições de resultados
Leia mais em https://www.leapcards.net/courses/lc83-kotter-s-8-steps e https://www.kotterinc.com/methodology/8-steps/
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.