Logotipo Afya
Anúncio
Terapia Intensiva1 janeiro 2025

Abordagem de via aérea difícil no trauma 

A avaliação e o manejo das vias aéreas são geralmente a primeira prioridade para o tratamento de pacientes com trauma
Por Julia Vargas

A avaliação e o manejo das vias aéreas em vítimas de trauma são prioritários, sendo desafios que envolvem fatores ambientais e restrições de tempo. A avaliação eletiva das vias aéreas, com a possibilidade de uma análise detalhada, é substituída por uma abordagem pragmática e ágil nos cenários de trauma, onde as vias aéreas são presumidas como difíceis. A rápida intervenção é necessária, mas com limitações em termos de equipamentos e estrutura. 

Diferentes contextos exigem abordagem distintas 

No pré-hospitalar, deve-se priorizar intervenções menos invasivas, reservando procedimentos avançados, quando possível, para o ambiente hospitalar onde a equipe está preparada para emergências respiratórias complexas. Na prática, esse conhecimento é essencial para intensivistas e profissionais de emergência, uma vez que o preparo de uma abordagem estruturada assegura a implementação de um manejo de via aérea eficaz em situações de trauma.  

Leia também: Etomidato: Ainda uma opção segura para IOT em pacientes críticos? 

No Pré-Hospitalar, o uso de dispositivos supraglóticos, como a máscara laríngea, é preferível à intubação orotraqueal na maioria dos casos, devido à simplicidade e menor taxa de complicações (Figura 1). No intra-hospitalar, a videolaringoscopia é favorecida sobre a laringoscopia direta para aumento da taxa de sucesso na primeira tentativa de intubação. No caso de falha na tentativa de intubação, o uso do bougie pode facilitar o procedimento. Além disso, em situações onde não é possível intubar e não conseguimos obter ventilação pulmonar efetiva (“não intubo/não ventilo”), uma via aérea cirúrgica (cricotireotomia) é indicada. 

Abaixo fornecemos fluxogramas sugeridos para a abordagem da via aérea no cenário de pré-hospitalar e no cenário do Departamento de Emergência. 

Figura 1: Fluxograma de abordagem da via aérea no Pré-Hospitalar.

  

Figura 2: Fluxograma de abordagem da via aérea no Intra-Hospitalar

A ressuscitação simultânea ao processo de preparo para a intubação orotraqueal é essencial para minimizar a instabilidade hemodinâmica associadas à sedação e a ventilação com pressão positiva. A escolha dos agentes sedativos é parte fundamental desse processo (Figura 2).  

Na fase hospitalar também se destaca a necessidade de confirmação da posição do dispositivo na via aérea com capnografia e ausculta pulmonar. A ultrassonografia de via aérea está surgindo como mais um instrumento a ser utilizado para esta finalidade. Os cuidados pós-intubação, como analgesia contínua e sedação, paralisia muscular se necessária e ajustes de parâmetros de ventilação mecânica são primordiais.  

Saiba mais: POCUS: Impacto prático da ultrassonografia torácica entre doentes críticos

Conclusão: via aérea difícil no trauma  

A intubação orotraqueal no paciente politraumatizado talvez seja o maior desafio na abordagem da via aérea. Os fluxogramas sugeridos são estratégias fundamentais para o manejo dessa situação, proporcionando uma sequência lógica de intervenções, desde medidas simples até intervenções mais complexas.

Autoria

Foto de Julia Vargas

Julia Vargas

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Terapia Intensiva