Logotipo Afya
Anúncio
Saúde19 junho 2025

Vacinação melhora, mas cobertura infantil segue abaixo do ideal 

Anuário aponta retomada gradual dos níveis de vacinação, mas desigualdades regionais e esquemas incompletos comprometem proteção da população 

O Brasil mostra sinais de recuperação nas taxas de vacinação, mas os avanços ainda não são suficientes para garantir a proteção coletiva. É o que revela o Anuário VacinaBR, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef. 

Segundo o levantamento, nenhuma das vacinas infantis previstas no calendário nacional atingiu a meta de 95% de cobertura em todos os estados. Os piores resultados foram registrados para os imunizantes contra poliomielite, meningococo C, varicela e Haemophilus influenzae tipo B — todos com índices abaixo do ideal em 100% das unidades federativas. 

Saiba mais: OMS lança diretrizes globais para enfrentar a meningite até 2030 

País de contrastes 

Apenas 1.784 municípios (menos de 32% do total no país) alcançaram a meta de cobertura para quatro vacinas prioritárias: pentavalente, poliomielite, pneumo-10 e tríplice viral. Os dados revelam contrastes marcantes: no Ceará, 59% das cidades bateram a meta; no Acre, somente 5%. 

Segundo o diretor executivo do IQC, os dados reforçam a necessidade de estratégias regionais. Ele destaca que, mesmo entre municípios próximos, há variações relevantes de desempenho, o que evidencia desafios locais e administrativos que precisam ser considerados. 

A situação é preocupante mesmo em vacinas com ampla aceitação, como a BCG, administrada ao nascer. Em 2023, apenas oito estados atingiram a meta. No Espírito Santo, por exemplo, a cobertura ficou abaixo de 58%, e em 11 estados o índice foi inferior a 80%. 

Vacinação melhora, mas cobertura infantil segue abaixo do ideal 

Alerta sobre vacinação

Vale o alerta de que a hesitação vacinal tem como principal causa a baixa percepção de risco. Segundo a diretora da SBIm, o acesso também é um obstáculo: “Temos 38 mil salas de vacinação no país, mas se o posto está fechado, sem vacina ou com atendimento precário, a pessoa não volta”. 

O documento reforça ainda a importância da atuação municipal e da adesão às recomendações técnicas. Retomar a confiança da população exige planejamento, comunicação clara e compromisso das equipes de saúde em todos os níveis do SUS. 

Leia ainda: Governo realiza vacinação em escolas públicas

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Saúde