Uma inovação desenvolvida na Universidade de Brasília (UnB) pode transformar o tratamento do pé diabético e reduzir pela metade o número de amputações relacionadas à doença no Brasil. A tecnologia, chamada Rapha, combina um curativo de látex natural com luzes de LED para acelerar a cicatrização de feridas, uma complicação comum em pessoas com diabetes e responsável por cerca de 50 mil amputações anuais no país.
A tecnologia
O dispositivo atua em duas frentes: o látex estimula a formação de novos vasos sanguíneos, enquanto a luz LED ativa células da pele, favorecendo a regeneração tecidual. Segundo os pesquisadores, o método é simples, de baixo custo e pode beneficiar sobretudo populações mais vulneráveis, que apresentam maiores barreiras de acesso à saúde e educação.
“O pé diabético é muito comum em pessoas de baixa renda e está ligado a fatores sociais. Os índices de amputação são elevados no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na África”, afirma Suélia Fleury Rosa, professora da UnB e da Universidade Cornell, que lidera o projeto.
O desenvolvimento da tecnologia levou quase duas décadas. A equipe enfrentou o chamado “vale da morte” da inovação, etapa crítica entre o sucesso em laboratório e a viabilidade como produto comercial.
Saiba mais: CFM regulamenta ozonioterapia em feridas crônicas e dores musculoesqueléticas
Método seguro para reduzir amputações
O Rapha já recebeu aprovação de segurança do Inmetro e agora aguarda a autorização final da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser disponibilizado em serviços de saúde, incluindo o Sistema Único de Saúde. Se aprovado, poderá ampliar significativamente as opções terapêuticas para pacientes com feridas crônicas relacionadas ao diabetes, reduzindo complicações severas e internações.
Autoria

Roberta Santiago
Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.