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Saúde22 junho 2020

Sociedade Brasileira de Imunizações lança cartilha de vacinação durante pandemia do novo coronavírus

Visando alertar sobre a importância de manter a vacinação em dia durante a pandemia do novo coronavírus, a SBIm lançou numa cartilha com orientações.

Por Úrsula Neves

Visando alertar sobre a importância de manter a vacinação em dia durante a pandemia do novo coronavírus, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), lançou no Dia Nacional da Imunização (9 de junho) uma cartilha com orientações voltadas para a população e os profissionais de saúde.

Todas as vacinas recomendadas atualmente no calendário público do Programa Nacional de Imunização, assim como nos calendários das sociedades médicas, são consideradas fundamentais e básicas, prevenindo em torno de 20 doenças em diferentes faixas etárias.

A cartilha digital “Pandemia Covid-19: o que muda na rotina das imunizações” traz orientações de como a população deve ir a uma unidade de saúde com segurança e como os profissionais de saúde que trabalham como a vacinação devem atender com os cuidados necessários e respeito ao distanciamento social.

“Essa é uma das nossas grandes preocupações. Estamos trabalhando muito nisso porque já vimos acontecer em várias situações de surto no mundo”, disse a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm, em entrevista à Agência Brasil.

Leia mais: Whitebook: quais vacinas são necessárias na gestação?

A especialista destacou que durante o surto do vírus ebola, em 2013, na África Ocidental, foram a óbito mais pessoas de malária, tuberculose, difteria do que do próprio ebola.

“O novo coronavírus é, sem dúvida, um problema grave que merece a atenção de todos. Mas não podemos descuidar de outras patologias que não deixaram de circular, outras doenças infecciosas que colocam em risco a nossa população, não só de crianças, mas também de adolescentes e adultos”, advertiu a vice-presidente da SBIm.

Segundo dados do Unicef, 117 milhões de crianças ficarão sem vacina de sarampo devido à pandemia. No Brasil, os profissionais de saúde estão percebendo uma grande queda na busca pela vacinação. “É importante que a população entenda que ficar em casa deve ser, sim, a nossa conduta, mas para algumas situações essenciais é preciso sair de casa”, frisa Isabella Ballalai.

Vacina na pandemia

As normas divulgadas na cartilha abrangem também os profissionais de saúde, principalmente aqueles que trabalham nos postos e unidades de vacinação, desde a portaria, até o pessoal de segurança e limpeza.

De acordo com a vice-presidente da SBIm, um sinal de alerta é que 19 estados brasileiros já estão com circulação de sarampo, enfermidade potencialmente grave. A febre amarela também está em que circulação na região Sul, apresentando letalidade muito maior que a Covid-19, mas com número bem menor de casos.

Veja mais: Dia da Imunização: como é a produção de uma nova vacina e o que falta para vacina da Covid-19?

Outro perigo envolve a poliomielite, erradicada do país em 1974, mas que apresenta uma cobertura vacinal abaixo do esperado por aqui: em torno de 80% antes do início da pandemia, quando o ideal é 95%.

Além disso, dois países apresentam um surto de pólio endêmico: Afeganistão e Paquistão. E com o fim do isolamento social, viagens voltarão a ser feitas pelo mundo e, em algum momento, a pólio pode entrar de novo no Brasil, do mesmo modo que outras infecções.

“O país não está livre do retorno da poliomielite”, alertou a pediatra.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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