O Boletim Epidemiológico de Sífilis 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde, aponta que o Brasil registrou queda no número de casos de sífilis congênita pela primeira vez em três anos. Em 2024, foram notificados 24.443 diagnósticos, uma redução de 2.677 casos em relação a 2022. Apesar da redução na transmissão vertical, a sífilis adquirida segue crescendo, especialmente entre adultos acima de 40 anos, grupo que antes apresentava menor incidência, mas que vem registrando aumento constante desde 2021. Entre 2021 e 2022, as taxas passaram de 76,8 para 98,8 casos por 100 mil habitantes na faixa de 40 a 49 anos, e de 50,6 para 67,6 por 100 mil entre pessoas com 50 anos ou mais.
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Queda inédita entre recém-nascidos
O relatório aponta que a taxa de sífilis congênita em 2024 foi de 9,6 casos por mil nascidos vivos, com 183 óbitos em menores de um ano, o equivalente a um coeficiente de mortalidade infantil de 7,2 por 100 mil nascidos vivos. Estados como Tocantins (17,8) e Espírito Santo (12,9) apresentaram taxas acima da média nacional, enquanto o Rio de Janeiro liderou entre gestantes, com 68,3 casos por mil nascidos vivos. O avanço no controle da transmissão vertical é atribuído à ampliação da testagem e ao tratamento precoce, com 6,5 milhões de testes rápidos combinados distribuídos em 2025, voltados a gestantes e populações vulneráveis.

Crescimento da sífilis entre adultos e prevenção contínua
O boletim destaca que a epidemia ainda é mais intensa entre jovens, mas o aumento consistente em faixas etárias mais avançadas reforça a necessidade de ampliar estratégias de prevenção e diagnóstico. A sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida principalmente por relações sexuais desprotegidas e da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. O tratamento é simples, gratuito e eficaz, realizado com penicilina benzatina pelo SUS.
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Especialistas alertam que não existe imunidade permanente, sendo possível reinfecção. A testagem ampla e o tratamento precoce continuam sendo as ferramentas mais importantes para reduzir casos e complicações, protegendo a população em todas as fases da vida.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
Autoria

Roberta Santiago
Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.
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