No primeiro dia da XV edição do Congresso Brasileiro de DST, do XI Congresso Brasileiro de AIDS e VI Congresso Latino-americano de IST/HIV/AIDS tivemos como destaque uma Conferência sobre a Sífilis nas Américas.
Nela foram abordadas perspectivas, desafios e iniciativas intersetoriais para eliminação (PAHO), ministrada pela Dra. Monica Alonso da Organização Panamericana de Saúde (chefe da unidade de HIV, hepatites e ISTs). Foram relembrados ainda os compromissos regionais desde 1995 para eliminação das ISTs.
Prevalência da sífilis
As Américas têm a maior prevalência de sífilis no mundo em pessoas de 15 a 49 anos.
A maioria dos países apresentaram aumento na reatividade à sífilis em gestantes no período de 2022 a 2024 em comparação ao período de 2016-2018.
Em 2024, foram registrados mais de 34 mil casos de sífilis congênita e mais de 68 mil casos estimados. A carga é mais alta em populações em situações de vulnerabilidade.
Obstáculos na detecção e no tratamento
Os testes rápidos são fundamentais, porém nem todos os países possuem (88%). Outros obstáculos mencionados foram a não entrega do resultado no mesmo dia ao paciente, capacitação dos profissionais, apoio institucional e político.
O tratamento da sífilis apresenta desafios também. Nem todos os países conseguem ofertar o tratamento imediato para as gestantes. Além disso, o desabastecimento de insumos tem sido um problema em alguns países.
As estratégias intersetoriais são fundamentais, com a testagem, medicação, acompanhamento, vigilância.
A prevenção através do uso de preservativos é uma estratégia importante, mas é a menos utilizada em muitos países.
Saiba mais: Exames diagnósticos e de acompanhamento de sífilis
Possíveis soluções
O treinamento de profissionais de saúde aumenta a chance de testagem, diagnóstico e tratamento. Além disso, alguns estudos mostram que a testagem em serviços de emergência também amplia a oportunidade do diagnóstico.
Estudos mostram que, nos países que estão realizando a profilaxia com doxiciclina pré-exposição a uma relação sexual com possível risco, a redução de risco de infecção foi cerca de 77%.
Mensagem prática
A epidemia da sífilis se perpetua pela discriminação, falta de investimentos e deficiências sistêmicas nos sistemas de saúde. Devemos lembrar sempre da testagem e do monitoramento para reduzir a prevalência e risco de sífilis congênita.
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