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Saúde12 maio 2025

Relatório da OMS destaca que desigualdades em saúde diminuem expectativa de vida

Fatores como falta de moradia de qualidade e desemprego podem reduzir drasticamente a expectativa de vida
Por Redação Afya

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que as causas relacionadas com saúde precária vêm, muitas vezes, de fatores que vão além do setor da saúde, como a falta de moradias adequadas, falta de acesso à educação e desemprego. O estudo ainda mostrou que os determinantes sociais da saúde podem afetar mais o bem-estar das pessoas do que fatores genéticos ou a dificuldade de acesso à saúde.

O documento “World report on social determinants of health equity”  foi divulgado na última semana e chamou a atenção para fatores determinantes que podem reduzir a expectativa de vida — em até décadas — da população, tanto de países desenvolvidos quanto daqueles em desenvolvimento. Em países de baixa renda, a expectativa de vida já é naturalmente baixa, tendo 33 anos a menos que a expectativa de vida em países de alta renda.

Além disso, a OMS ainda destacou que as desigualdades em saúde estão diretamente ligadas ao grau de desvantagem social e à discriminação. Isso acontece porque a saúde segue um gradiente social, ou seja, quanto mais carente a área que as pessoas vivem, mais difícil é o acesso à saúde, educação e lazer, resultando em menos anos saudáveis de vida. Essas desigualdades são ainda mais visíveis em grupos marginalizados como, por exemplo, os povos indígenas, que possuem menor expectativa de vida quando comparados a não-indígenas.

Leia mais: Como a desigualdade social afeta a saúde da população negra

Relatório da OMS destaca que desigualdades em saúde diminuem expectativa de vida

Imagem de Paolo Trabattoni/Pixabay

Um problema de desigualdade e injustiça social

O levantamento sobre determinantes sociais da equidade em saúde de 2025 é o primeiro do gênero publicado desde 2008, quando a OMS estabeleceu metas para reduzir as disparidades dos países em expectativa de vida, mortalidade infantil e materna. O relatório atual mostra que as metas impostas em 2008 ainda não foram alcançadas.

Dados da OMS indicam que crianças nascidas em países mais pobres tem 13 vezes mais probabilidade de morrer antes dos 5 anos do que crianças em países ricos. Métricas como essa mostram que as desigualdades em saúde estão aumentando cada vez mais.

O relatório mostra que, embora tenha havido um declínio de 40% na mortalidade materna entre 2000 e 2023 no mundo todo, países de baixa e média-baixa renda ainda respondem por 94% dos casos de morte materna. Mulheres de grupos desfavorecidos também têm maior probabilidade de morrerem durante a gravidez. Por exemplo, em algumas áreas, mulheres indígenas tem até três vezes mais probabilidade de morrer durante o parto.

Medidas para combater a desigualdade na saúde

Através dos dados do estudo, a OMS destacou que criar medidas para combater a desigualdade de salários, discriminação e as mudanças climáticas é a chave para superar efetivamente as desigualdades na saúde.

A agência das Nações Unidas ressaltou a importância de uma ação coletiva entre governos nacionais e locais com líderes da saúde, do meio acadêmico, da pesquisa e do setor privado para combater as desigualdades econômicas, investir em serviço público de qualidade, enfrentar a discriminação estrutural, entre outras medidas.

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Referências bibliográficas

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