Estudo aponta que mortalidade materna é maior entre indígenas
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) examinaram a mortalidade materna entre mulheres indígenas de 2015 a 2021, comparando as causas de morte com dados da população não indígena.
Método
Se tratou de um estudo observacional utilizando dados do Ministério da Saúde sobre as características das mortes maternas, certificados de óbito e nascimento. Além disso, variáveis analisadas incluíram idade, região, local, hora e causa da morte.
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Os cálculos de Taxa de Mortalidade Materna (TMM) foram feitos através de regressão linear e discrepâncias identificadas com o teste de Grubbs. Os responsáveis pelo estudo calcularam as taxas de prevalência comparando TMM com causas de morte.
Achados e conclusão sobre mortalidade materna
Entre 2015 e 2021, foram registradas 13.023 mortes maternas, 205 de mulheres indígenas (1,6%). A Taxa de Mortalidade Materna (TMM) foi maior para essa população, 115,14 mortes para cada 100.000 casos analisados, do que para mulheres não indígenas (66,92/100.000).
Causas hemorrágicas no pós-parto foram as principais contribuintes para a TMM em mulheres indígenas. Enquanto para população não indígena, questões relacionadas com hipertensão tiveram maior impacto.
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Para os autores, os resultados encontrados evidenciam uma negligência no cuidado pós-parto para com mulheres indígenas. Uma vez que a prevenção de mortes por hemorragia tem um custo tecnológico relativamente baixo, essa ser a principal causa de morte demonstra uma falta de acesso à estrutura e assistência de saúde de qualidade.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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