A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram nesta terça-feira (14/2) uma plataforma que identifica precocemente doenças infecciosas com potencial para causar surtos e emergências de saúde. O projeto “Alerta Precoce para Surtos com Potencial Epi-Pandêmico (Aesop)”, foi apresentado durante a 6.ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic), no Rio de Janeiro. A iniciativa tem o apoio do Ministério da Saúde (MS) e da Fundação Rockefeller.
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Como a plataforma funciona
Atualmente, em desenvolvimento, a plataforma visa detectar e reprimir uma patologia potencialmente perigosa em estágio inicial. Por sua vez, os pesquisadores terão o suporte da nova tecnologia, que será utilizada para localizar áreas onde uma enfermidade está se espalhando de forma rápida em todo o território brasileiro. Isso tudo graças a um cruzamento de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) com outras informações de saúde, ambientais e dados sociodemográficos que ficarão armazenadas e à disposição de autoridades de saúde na plataforma Aesop.
“A Aesop busca identificar geograficamente o início do surto através da análise de dados da atenção primária à saúde (APS) e outros dados relacionados às manifestações da doença, como venda de medicamentos e rumores nas redes sociais”, explicou o pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto, Manoel Barral-Netto.
Após a identificação da área do surto, duas ações acontecem paralelamente para modelar o risco e as características da propagação do surto: as equipes de pesquisa coletam amostras de campo para identificar os agentes infecciosos envolvidos e os pesquisadores de dados da Aesop integram outros dados para modelar o desenvolvimento do surto e informar as medidas de controle.
“Construir uma plataforma de dados aberta e transparente é vital para garantir uma resposta informada, coordenada e rápida a surtos de doenças infecciosas atuais e futuras. Trata-se de um modelo que, acreditamos, pode servir como uma prática recomendada para outras regiões, à medida que o mundo avança em direção a uma vigilância de patógenos e resposta a surtos mais robustos e coordenados”, afirmou o diretor administrativo da Iniciativa de Saúde da Fundação Rockefeller, Kay van der Horst.
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6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação
A 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic), que ocorreu de 13 a 15 de fevereiro, reuniu a comunidade global de tecnologia sustentável e inovação com o objetivo de impulsionar a busca por soluções tecnológicas inovadoras, integradas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Conferência foi organizada pela Fiocruz, juntamente com sete institutos de pesquisa internacionais: Vito (Bélgica); The Scientific and Industrial Research Council (CSIR, África do Sul); Guangzhou Institute for Energy Conversion (Giec, China); Gwangju Institute of Science and Technology (Gist, Coreia do Sul); National Center for Technology Management (Nacetem, Nigeria); Institute of Energy and Resources (Teri, India); e Solutions Network for Sustainable Development of United Nations (SDSN).
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.
Autoria

Úrsula Neves
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), pós-graduada em Comunicação com o Mercado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Gestão Estratégica da Comunicação pelo Instituto de Gestão e Comunicação (IGEC/FACHA)
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