A partir de agosto, o Sistema Único de Saúde (SUS) contará com uma novidade: pacientes da rede pública poderão ser atendidos também em hospitais e clínicas privadas conveniadas a planos de saúde. A medida integra o programa Agora Tem Especialistas, que busca reduzir filas, ampliar o acesso a consultas, exames e cirurgias e garantir mais resolutividade na atenção especializada.
O modelo permite que cerca de R$ 750 milhões em dívidas de ressarcimento, valores que operadoras devem ao SUS por atendimentos que deveriam ter sido cobertos pelos planos, sejam convertidos em serviços assistenciais. Na prática, em vez de serem transferidos para o Fundo Nacional de Saúde sem impacto direto no atendimento, esses recursos se transformarão em procedimentos concretos para a população.
Foco em áreas estratégicas e atendimento resolutivo
A prioridade inicial do programa está em especialidades com alta demanda e carência de especialistas: oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ginecologia. O modelo prevê que os pacientes do SUS tenham acesso a Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs), pacotes que reúnem consultas, exames e, quando necessário, cirurgias, dentro de prazos definidos.
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Para os médicos e gestores, esse formato representa mais previsibilidade e eficiência, uma vez que o pagamento às operadoras só ocorrerá após a conclusão do ciclo completo de atendimento, estimulando a resolutividade e evitando fragmentação do cuidado.
Benefícios para pacientes e para o SUS
De acordo com o ministro da Saúde, essa é a primeira vez que as dívidas de ressarcimento são convertidas diretamente em atendimento. “Estamos levando os pacientes do SUS até onde estão os especialistas e equipamentos, reduzindo filas e transformando dívidas em cuidado real”, afirmou.
A integração com a rede privada também ajuda a evitar repetição de exames, otimizar recursos e melhorar o fluxo assistencial, beneficiando tanto a população quanto os profissionais de saúde.
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Adesão voluntária e fiscalização rigorosa
As operadoras de planos de saúde poderão aderir ao programa por meio de edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS, mediante comprovação de capacidade técnica e operacional. A fiscalização será rigorosa para garantir que o atendimento ao SUS não prejudique os usuários da saúde suplementar.
Segundo o governo, para médicos e estudantes de medicina, a medida cria novas oportunidades de atuação em serviços especializados, fortalece a integração público-privada e reforça a importância de modelos centrados no paciente, com maior eficiência clínica e impacto direto na redução das filas do SUS.
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