O governo brasileiro anunciou que neste mês de junho deverá lançar novo edital do programa Mais Médicos, mas voltado apenas para especialistas. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, incialmente estão previstas por volta de 500 vagas de trabalho para especialistas em regiões mais afastadas dos grandes centros do país, a fim de abordar a questão da dificuldade de acesso dessas populações ao atendimento médico especializado.
Com investimento estimado em R$ 260 milhões, a nova expansão do programa também prevê por volta de 3.000 bolsas de residência médica para formação de especialistas em áreas prioritárias para o Ministério da Saúde.
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Nova tentativa de facilitar o acesso a especialistas
A ação faz parte de um novo programa batizado de “Agora Tem Especialistas” que assim como o antigo “Mais Acesso a Especialistas“, é uma tentativa de acelerar o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com médicos especialistas, em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. De acordo com o governo, o novo programa aborda outras frentes para o problema, trabalhando com o credenciamento de instituições privadas (além de clínicas e instituições filantrópicas), ampliação dos horários de atendimento nas unidades públicas de saúde e a troca de dívidas de planos de saúde e hospitais privados por atendimentos no âmbito do SUS.
Concentração de médicos especialistas
O levantamento Demografia Médica 2025, divulgado em maio, mostrou que o Brasil possui um déficit de especialistas em comparação com a média mundial e sofre como uma concentração dos médicos especializados em grandes centros urbanos e nas regiões mais centrais do país. A região Sudeste concentra 55,4% dos especialistas, seguida pelo Sul (16,7%) e Nordeste (14,5%). Já o Norte responde por apenas 5,9% dos especialistas do país. Em estados como Rondônia e Piauí, menos de 47% dos médicos possuem título de especialista, enquanto no Distrito Federal essa proporção chega a 72,2%.
Dos cerca de 597 mil médicos brasileiros, 59,1% são especialistas, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fica em 62,9%. Os médicos especialistas também se concentram em certas especialidades, metade deles possuem uma dessas sete: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cardiologia e ortopedia.
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