Mais da metade dos brasileiros adultos, cerca de 90 milhões de pessoas com 16 anos ou mais, nunca consultou um dermatologista. O dado, que corresponde a 54% da população, faz parte de uma pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e o grupo L’Oréal Brasil. O levantamento ouviu mais de 2 mil pessoas entre os dias 9 e 12 de junho, em 136 municípios de todas as regiões do país.
Apesar disso, 41% dos entrevistados relataram ter notado sinais em pele, cabelo ou unhas nos últimos 12 meses. Para a SBD, o resultado é preocupante, já que diversas doenças crônicas se manifestam pela pele, incluindo câncer, infecções e alterações hormonais. A dermatologia, portanto, não deve ser confundida com cuidados estéticos: trata-se de uma área fundamental para o diagnóstico precoce e o bem-estar da população.
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A pesquisa também revelou disparidades raciais no acesso à especialidade: 58% das pessoas negras nunca foram ao dermatologista, contra 42% das pessoas brancas. Segundo o levantamento, o número está estagnado em relação a 2016, o que indica a persistência de barreiras de acesso e falta de conhecimento sobre a importância do cuidado dermatológico.
Principais motivos para falta de consulta com dermatologista
Além das dificuldades no SUS, pesa o desconhecimento sobre a atuação dos dermatologistas: 17% dos entrevistados não reconhecem esses profissionais como médicos. Apenas 37% das pessoas afirmaram examinar regularmente sua pele, cabelo ou unhas; 20% disseram nunca ou raramente fazer isso.
Apenas 7% relataram alguma condição de pele, percentual considerado subestimado por especialistas, pois tende a ser maior entre quem tem acesso frequente ao dermatologista. Os dados também mostram que 20% da população adulta mantém rotina diária de cuidados com a pele, enquanto 29% usam apenas o básico, como sabonete e protetor solar.
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Para a SBD, campanhas educativas e ampliação dos atendimentos no sistema público são medidas urgentes. A pesquisa foi divulgada no Dia Mundial da Saúde da Pele, celebrado em 8 de julho, data que também marcou a inclusão da pele como prioridade na agenda da OMS durante a Assembleia Mundial da Saúde deste ano.
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