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Saúde16 agosto 2024

Alerta para possíveis atrasos no fornecimento de frascos de hemocultura BD BACTEC™

Devido aos problemas de fornecimento da empresa responsável pelos frascos, sociedades médicas divulgaram comunicado com instruções aos serviços de saúde.

A empresa Becton Dickinson (BD) comunicou que o fornecimento de frascos de hemocultura BD BACTEC™ poderão sofrer atrasos e já nos próximos meses haverá intermitência na entrega devido a falta de insumos necessários na fabricação. Dessa forma, as Sociedades Científicas (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ML, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Análises Clínicas), Comitê Brasileiro de Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos (BrCAST), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) emitiram comunicado em conjunto com orientações para serviços de saúde sobre o manejo e redução dos impactos ocasionados pelo problema. 

frascos de hemocultura

Orientações 

De acordo com o comunicado das entidades para mitigar o impacto nas ações que envolvem diagnóstico de agentes causadores de infecções tanto comunitárias como aquelas relacionadas à assistência à saúde será necessário: 

  1. Verificar e monitorar os estoques de frascos de hemoculturas da Instituição para planejamento;
  2. Em serviços em que não houver disponibilidade de frascos e em casos de gravidade da infecção, prescrever empiricamente os antimicrobianos de acordo com guias locais e segundo o perfil microbiológico da instituição, a fim de otimizar a chance de uso adequado do antimicrobiano;
  3. Validação de outros equipamentos e outras alternativas estão sendo discutidas entre este grupo de trabalho e a empresa BD. A introdução de novos equipamentos ou reagentes deve seguir as recomendações de validação e verificação de métodos de acordo com a RDC nº 786/2023 e demais regulamentos pertinentes.
  4. Priorizar a coleta de hemoculturas para pacientes com suspeita de Sepse, imunodeprimidos e pacientes críticos (Unidades de Terapia Intensiva);
  5. Para pacientes atendidos em unidades de pronto atendimento, coletar hemoculturas somente em pacientes com forte suspeita de sepse e que estejam dentro dos critérios dos protocolos de cada Instituição (pacientes com alta probabilidade de internação). Não coletar hemoculturas em pacientes clinicamente estáveis e com previsão de alta hospitalar em curto período;
  6. Atentar para o treinamento de coleta com a técnica adequada a fim de minimizar as possibilidades de contaminação e desta forma utilizar os resultados de acordo com as melhores práticas (índice de contaminação deve permanecer inferior a 3% – número de hemoculturas contaminadas/número total de hemoculturas coletadas x 100);
  7. Adequar para não coletar mais do que 2 pares de hemocultura para um paciente séptico;
  8. Não realizar novas coletas em períodos inferiores a 48 horas;
  9. Não utilizar os frascos de hemocultura para amostras que não são de sangue, como por exemplo, líquido pleural, líquido ascítico, líquido sinovial, entre outros. Utilizar outras alternativas;
  10. Não coletar hemocultura para monitoramento e controle de tratamento antimicrobiano se paciente obteve resposta clínica ao tratamento inicial;
  11. Priorizar coleta de duas amostras de hemocultura (de sítios diferentes) para pacientes com condições específicas de imunossupressão (transplantados, neutropenia febril, onco-hematológicos em sepse)

Saiba mais: Atualização: critérios de definição para sepse e choque séptico em pediatria

Situação atípica 

As organizações responsáveis pelo comunicado reforçam que as orientações são específicas e temporárias. Medidas emergenciais com objetivo de manejar a situação criada pela falta dos produtos para hemocultura e que, após a produção e fornecimento serem normalizados, “as coletas de hemocultura devem seguir as orientações dos guidelines de instituições de referência e protocolos institucionais.”  

O comunicado na íntegra pode ser acessado através deste link. 

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Referências bibliográficas

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