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Saúde16 março 2025

Nova terapia eleva taxas de sobrevivência em casos graves de febre amarela 

Tratamento desenvolvido pelo Hospital das Clínicas reduz necessidade de transplante de fígado para pacientes graves com febre amarela 

Pesquisadores do Hospital das Clínicas da USP adaptaram um protocolo de tratamento para hepatites fulminantes e obtiveram aumento expressivo na sobrevivência de pacientes com febre amarela grave. O método, que utiliza transfusões de plasma sanguíneo, mostrou eficácia de 84% entre os pacientes elegíveis. 

Uma alternativa ao transplante de fígado 

Originalmente desenvolvido para tratar hepatites graves, o tratamento com plasma ajuda a reduzir a toxicidade no organismo enquanto o fígado se recupera. Diferente do transplante de fígado, que enfrenta dificuldades de disponibilidade e alto risco, o uso de plasma é um procedimento mais acessível e simples, comum em hospitais de grande porte. 

A técnica foi testada durante o surto de febre amarela de 2018/2019 e replicada com sucesso em Santa Catarina. Nos casos analisados, a terapia foi aplicada duas vezes ao dia, com sessões de aproximadamente uma hora e meia, e teve duração variável, dependendo da recuperação do paciente. 

Diagnóstico precoce 

Apesar dos resultados promissores, a infectologista Ho Yeh-Li alerta que a eficácia do método depende do encaminhamento ágil dos pacientes a hospitais de alta complexidade. A falta de treinamento de equipes médicas em unidades básicas e secundárias tem dificultado a identificação precoce da doença, impedindo que muitos pacientes recebam o tratamento a tempo. 

O aumento dos casos em São Paulo levou a Organização Mundial da Saúde a emitir um alerta para viajantes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 18 casos foram confirmados neste ano, com 12 óbitos — uma taxa de letalidade superior a 60%. Em 11 das mortes, as vítimas não haviam sido vacinadas. 

Nova terapia eleva taxas de sobrevivência em casos graves de febre amarela 

Imagem de wayhomestudio/freepik

Avanço da febre amarela no estado de São Paulo 

A maioria dos casos ocorreu na região de Campinas, mas também há registros em cidades do interior e na Grande São Paulo. Além disso, 36 infecções foram confirmadas em primatas não humanos, um indicativo da circulação ativa do vírus. 

Diante da alta letalidade, a Secretaria de Saúde reforça a importância da vacinação e da notificação de macacos mortos, pois esses eventos podem indicar novos surtos. A febre amarela segue como um desafio de saúde pública, exigindo vigilância, vacinação em massa e estratégias eficazes para reduzir mortes e ampliar o acesso a tratamentos inovadores.

Saiba mais: Febre amarela: perguntas e respostas sobre a doença 

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Referências bibliográficas

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