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Saúde3 agosto 2022

Monkeypox: Nota técnica do Ministério da Saúde traz orientações para profissionais da saúde darem aos pacientes

A nota técnica traz orientações sobre pacientes gestantes, lactantes e puérperas com sintomas ou casos positivos da varíola dos macacos.

Por Úrsula Neves

O Ministério da Saúde publicou, nesta segunda-feira (1), uma nota técnica com orientações para profissionais da saúde darem às pacientes gestantes, lactantes e puérperas que apresentem sintomas ou tenham casos positivos da varíola dos macacos. Confira as recomendações. 

nota técnica

Gestantes assintomáticas após exposição ao vírus 

  • Em caso de teste negativo: monitoramento será suspenso;
  • Em caso de teste positivo: será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas;

A gestante também deve ser instruída à automonitoração, acompanhando a sua temperatura e o aparecimento/evolução das lesões cutâneas. 

Gestantes com sinais ou sintomas suspeitos 

  • Em caso de teste negativo: será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas e orientada a automonitoração. O teste deverá ser realizado novamente, caso os sintomas persistam;
  • Em caso de teste positivo: deve ser indicada a hospitalização da gestante nos casos moderados, graves e críticos. O monitoramento da vitalidade fetal deve ser cuidadoso nessas pacientes, em vista da constatação de maior morbimortalidade do concepto nestes casos;
  • Em caso de teste positivo com quadro clínico leve – As gestantes devem ficar em isolamento domiciliar com acompanhamento pela equipe assistencial;

Não há ainda protocolo de tratamento específico com antivirais no ciclo gravídico-puerperal; a via e o momento do parto têm indicação obstétrica e a cesárea como rotina não está indicada nestes casos. O aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico de cada caso específico.

Saiba mais: Brasil receberá antiviral tecovirimat para enfrentamento ao surto da varíola dos macacos

Tratamento na gravidez 

Apesar da doença ser considerada autolimitada, apresentando cura espontânea, em alguns casos pode haver a necessidade de tratamento medicamentoso específico, sobretudo em pessoas imunossuprimidas. 

Na maioria das vezes, somente há indicação de uso de tratamento sintomático para casos com febre e dor. Nos casos que apresentem lesões mais significativas, algumas medicações podem ser consideradas após a avaliação médica. 

Em geral, as grávidas apresentam quadros leves e autolimitados da enfermidade; sem indicação de antecipação do parto. 

Recomendações para gestantes, puérperas e lactantes 

  • Afastamento de indivíduos que apresentem sintomas suspeitos, como febre e lesões de pele-mucosa;
  • Uso de preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal), uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais recorrente;
  • Afastamento de parcerias sexuais que apresentem alguma lesão na área genital:
  • Uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus;
  • Procurar assistência médica em caso de sintoma suspeito, para que se estabeleça diagnóstico clínico e laboratorial.

Leia também: Cientistas do Reino Unido alertam para dois novos sintomas da varíola dos macacos

Gravidez e amamentação 

Os dados sobre a infecção por varíola dos macacos na gravidez são limitados. Os cientistas ainda não sabem se as grávidas são mais suscetíveis ao vírus monkeypox ou se a infecção é mais grave na gravidez. 

O vírus pode ser transmitido ao feto durante a gravidez ou ao recém-nascido por contato próximo durante e após o nascimento. Resultados adversos da gravidez, incluindo perda espontânea da gravidez e natimorto, foram relatados em casos de infecção confirmada por varíola dos macacos durante a gravidez. 

Partos prematuros e infecções neonatais por varíola dos macacos também foram relatados. A frequência e os fatores de risco para gravidade e resultados adversos da gravidez não são conhecidos, segundo alerta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. 

O órgão de saúde americano ainda destaca que como o vírus monkeypox é transmitido por contato próximo e a infecção neonatal pode ser grave, a amamentação deve ser adiada até que os critérios para descontinuar o isolamento sejam atendidos. Os critérios são que todas as lesões tenham desaparecido, com as quedas das crostas e que seja formada uma nova camada de pele intacta nos seios da mãe.

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Referências bibliográficas

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