O Brasil vai importar o antiviral tecovirimat para reforçar o enfrentamento ao surto de varíola dos macacos, segundo anunciou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (1).
Como o medicamento ainda não está amplamente disponível, o mesmo será enviado para o país através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Conforme anunciou o ministro Marcelo Queiroga, em uma postagem nas redes sociais, a prioridade será atender aos pacientes que apresentam os casos mais graves da doença.
O antiviral tecovirimat foi desenvolvido para a varíola comum e licenciado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para ser utilizado no surto de varíola dos macacos com base em dados em estudos em animais e humanos.
O fármaco tem sido utilizado como opção de uso compassivo nos Estados Unidos. Entretanto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país informa que ainda não existem dados disponíveis em seres humanos que confirmem a eficácia do tecovirimat para o tratamento de Monkeypox.
Chegada das vacinas
Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (29/7), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, garantiu que a primeira remessa de vacinas contra a varíola dos macacos adquirida pelo Brasil deve ser entregue em setembro.
Ele lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a vacinação em massa contra a enfermidade. A orientação da entidade é de que a vacinação seja direcionada aos profissionais de saúde expostos a pacientes contaminados e para pessoas com alto risco de infecção.
O governo de São Paulo também já declarou que está tomando providências, no sentido de aquisição de vacina, que será realizada através do Instituto Butantan.
O imunizante contra a varíola humana voltou a ser produzida na Dinamarca e já está sendo adquirida por países da União Europeia e pelos Estados Unidos.
Recomendações
O CDC recomenda que a vacina seja administrada dentro de quatro dias a partir da data de exposição para a melhor chance de prevenir o início da doença.
Caso seja administrada entre quatro e 14 dias após a data de exposição, o imunizante pode somente reduzir os sintomas da doença, mas não prevenir o Monkeypox.
Não é esperado que a vacinação administrada após o início dos sinais ou sintomas da varíola dos macacos traga benefícios.
Comitê criado em São Paulo
No começo de julho, o governo paulista criou um comitê para acompanhar os casos de Monkeypox no estado. Nove especialistas da Fundação e do Instituto Butantan foram nomeados para analisar, realizar estudos e monitorar os casos em São Paulo.
Vale lembrar que na década de 70, o Instituto Butantan desenvolveu uma vacina para a varíola humana, que é mais grave que a varíola dos macacos, mas tem um vírus parecido.
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Números pelo Brasil
Até este domingo (31/7), o Brasil registrava 1.342 casos de varíola dos macacos, de acordo com o Ministério da Saúde. A pasta confirmou o primeiro óbito pela enfermidade no país na última sexta-feira. A vítima era um homem, de 41 anos, internado em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
O paciente apresentava baixa imunidade e comorbidades, incluindo um câncer no sistema linfático, que o levaram ao agravamento clínico. A causa do óbito foi apontada como choque séptico, agravada pela infecção pelo vírus Monkeypox.
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