O adenocarcinoma renal corresponde a cerca de 3% dos tumores malignos urológicos e atinge principalmente os homens. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2019 a 2021, mais de 10 mil pessoas morreram em razão da doença. Além disso, nos últimos cinco anos, foram realizadas mais de 18 mil nefrectomias, cirurgia para retirada parcial ou total dos rins.
Os números exatos do Ministério da Saúde mostram que, entre 2019 e 2021, foram registrados 10.839 óbitos por neoplasia renal, sendo 6.749 mortes de homens e 4.090 de mulheres.
O último dia 18 de junho marcou o Dia Mundial do Câncer de Rim e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), promove no mês a sua primeira campanha nacional de alerta da doença. O objetivo da campanha é reforçar a importância do diagnóstico precoce, alertar sobre os fatores de risco e esclarecer as principais dúvidas sobre esse tipo de câncer.
A SBU já realiza programas de esclarecimento e instrução para médicos, agentes de saúde e população em geral, abordando frentes variadas e diversas doenças urológicas, tanto benignas quando malignas.
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Sintomas e fatores de risco
Em estágio inicial, o tumor renal não costuma apresentar sintomas, porém, alguns sinais mais comuns são: dor na lateral da barriga e/ou lombar, dor nas costas, inchaço abdominal e nas pernas, sangue na urina e febre.
Um dos fatores mais associados ao câncer de rim é o tabagismo, cerca de metade desses tumores ocorrem em fumantes ou ex-fumantes. Outras condições que aumentam a probabilidade da doença são a hipertensão, obesidade, sedentarismo, histórico familiar, exposição a materiais tóxicos e síndrome como von Hippel-Lindau.
O câncer renal tem maior incidência em homens e pessoas entre 50 e 70 anos. Já em crianças, 7% dos cânceres pediátricos são tumores renais, sendo o tumor de Wilms o mais comum.
Tratamento do câncer renal
Dependendo do estágio do tumor, a realização da nefrectomia total ou radical (remoção de todo o rim) pode ser a opção de tratamento mais indicada. Segundo o Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, de 2019 a março de 2024, foram registradas 11.898 nefrectomias totais e 6.709 nefrectomias parciais em oncologia.
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Através do diagnóstico precoce, podem ser adotadas medidas de tratamento menos radicais, como a nefrectomia parcial. Esse procedimento pode ser feito por meio de cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica.
Outras opções de tratamento são a imunoterapia, terapia angiogênica, radioterapia, crioablação e radiofrequência. Pacientes idosos com alto risco cirúrgico e tumores pequenos podem ser acompanhados com exames regulares por conta do crescimento lento da doença ou podem realizar tratamentos ablativos como crioablação e radiofrequência. Para pacientes com diagnóstico metastático, o tratamento com drogas sistêmicas é o mais indicado.
As chances de cura de um indivíduo com câncer renal são maiores nas fases iniciais. Já na fase metastática, é necessário um tratamento de abordagem multidisciplinar, que pode incluir cirurgia, imunoterapia, quimioterapia, entre outros.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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