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Saúde12 janeiro 2023

Governo disponibilizará antifúngicos contra micoses endêmicas a pessoas com HIV

O anúncio foi realizado durante a 11ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que ocorreu em novembro.

Por Úrsula Neves

O Ministério da Saúde será responsável pela aquisição de antifúngicos para o tratamento de micoses endêmicas em pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA). O anúncio foi realizado durante a 11ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que ocorreu em novembro. 

Antes, a pasta era a responsável pela aquisição e liberação de antifúngicos para o tratamento apenas da população em geral, enquanto estados e municípios eram encarregados de adquirir e distribuir para as PVHA.

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Complexo lipídico de anfotericina B e itraconazol 

Até 2020, o Ministério da Saúde detinha o complexo lipídico de anfotericina B e o itraconazol para o tratamento das infecções fúngicas na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Desde então, houve um esforço para ampliar o conjunto terapêutico para micoses endêmicas, qualificando a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com as mais diversas infecções fúngicas. 

Em 2021, a flucitosina em associação com a anfotericina B foi incorporada ao SUS e está disponível para o tratamento da meningite criptocócica. Recentemente, também foram incluídas as seguintes substâncias: anidulafungina, voriconazol e isavuconazol, usadas para o tratamento de candidíase sistêmica e candidemias, diferentes formas da aspergilose e mucormicose, respectivamente. Os medicamentos estão em processo de aquisição e deverão ser disponibilizados aos estados e municípios no segundo semestre de 2023. 

Ainda em 2021, diante da suspensão da produção do complexo lipídico de anfotericina B, foi solicitada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) a ampliação do uso da anfotericina B lipossomal para o tratamento das infecções fúngicas. A aquisição dessa formulação lipídica é exclusiva para o tratamento das leishmanioses no SUS. 

Prioridades 

A partir de agora, os antifúngicos adquiridos de forma centralizada também serão disponibilizados para PVHAs, incluindo tratamentos para paracoccidioidomicose, histoplasmose, criptococose e coccidioidomicose, aspergilose, candidíase sistêmica, mucormicose, fusariose e outras hialohifomicoses; feohifomicose, tricosporonose, cromoblastomicose, micetomas, lobomicose e esporotricose. 

Neste primeiro momento, a pasta está priorizando a disponibilização de medicamentos para tratamento da histoplasmose. Para as demais micoses, a disponibilidade ocorrerá a partir de 2023. 

Segundo a coordenadora-geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas (SVS/MS), Fernanda Dockhorn, a pactuação em CIT e as novas incorporações são um grande avanço para a qualidade de vida das PVHA. 

“Com essa pactuação, estamos garantindo a implementação dos princípios do SUS de universalidade, integralidade e equidade. A disponibilização desses remédios de maneira centralizada dá possibilidades melhores de tratamentos e de qualidade de vida para PVHA”, afirmou.

Previsões

O Ministério da Saúde estima que 56% dos casos de histoplasmose no Brasil ocorrem em PVHA, ou seja, 160 casos por ano. Já cerca de 6% das internações por esporotricose, 40 casos anuais, envolvem pacientes com infecção pelo HIV. A paracoccidioidomicose afeta 1,5% dos casos de Aids no país, cerca de 20 casos por ano. 

De modo geral, os medicamentos para o tratamento das micoses endêmicas listadas na Rename são adquiridos de forma centralizada. A disponibilização é realizada mediante avaliação prévia, caso por caso, da equipe responsável pelas micoses endêmicas conforme demanda. As solicitações para tratamentos para PVHA devem ser enviadas junto à comprovação laboratorial de reagente para HIV. 

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED. 

  

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Referências bibliográficas

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