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Saúde21 maio 2025

Focos recentes de gripe aviária no Brasil

Neste mês foram identificados alguns focos suspeitos de gripe aviária em animais no Brasil, ainda sem contaminação confirmada em humanos.
Por Augusto Coutinho

Na última semana, o Brasil registrou o seu primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial. Embora, em anos anteriores, o H5N1 já tivesse sido detectado em aves silvestres ocasionando, à época, a declaração de emergência zoossanitária, essa é a primeira ocorrência de infecção em aves para abate no país, o que gerou anúncios de suspensão de importações de aves por outros países. 

A área da granja onde ocorreu o caso de infecção foi isolada e órgãos responsáveis anunciaram investigação em um raio de 10 km do local do primeiro caso, autoridades reforçaram que a preocupação é que o vírus se espalhe por outros locais de criação e que não há perigo de infecção generalizada em humanos.  

Leia também: Gripe Aviária (IA): diagnóstico laboratorial 

O zoológico de Sapucaia do Sul também no RS também foi confirmado como foco da doença e o Ministério da Agricultura e Pecuária também investiga outros seis locais, duas granjas comerciais do Tocantins e de Santa Catarina e produções domésticas e de subsistência no Mato Grosso, no Ceará, em Sergipe e no Rio Grande do Sul. 

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que “Todos os fiscais, todos os sistemas estaduais estão alertas a qualquer tipo de suspeita — e a própria população também.” 

Embora os casos de gripe aviária estejam se tornando cada vez mais comuns, principalmente nos Estados Unidos, que passa por um surto prolongado não só entre aves de abate como na sua produção de bovinos, e existam relatos de uma adaptação maior do vírus da gripe aviária tanto a mamíferos em geral quanto especificamente à população humana, a infecção de humanos pelo H5N1 se dá majoritariamente através do contato direto com os animais infectados, afetando muito mais os trabalhadores do setor e sendo raros os casos de gripe aviária na população geral.

Focos recentes de gripe aviária no Brasil

Controle dos focos de gripe aviária no Brasil 

Ainda não foram registrados casos de infecção em humanos relacionados ao caso da granja na cidade de Montenegro no Rio Grande do Sul. Apenas um dos trabalhadores da granja apresentou sintomas gripais, mas a infeção pelo H5N1 foi descartada após exame realizado no último dia 20 de maio. 

Outros funcionários da granja e do zoológico onde foram confirmadas as aves infectadas estão sob observação. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que acompanha a situação, mas que “Neste momento, não há definição de medidas sanitárias temporárias voltadas a viajantes, meios de transporte, cargas ou remessas postais, conforme orientação do Plano de Contingência Nacional – Ministério da Saúde.” 

Monitoramento global 

Em janeiro desse ano, em resposta ao crescimento de casos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou um painel interativo com o objetivo de monitorar os casos de influenza aviária A (H5N1) nas Américas. 

Segundo a OPAS, “Com a preocupação crescente em relação à disseminação dessa doença, a disponibilidade de informações precisas e em tempo real é crucial para que as autoridades se preparem, previnam novos surtos e protejam a saúde pública e animal na região. Os dados ressaltam a importância da colaboração regional e global para monitorar a disseminação de doenças zoonóticas, como a influenza aviária A (H5N1), e mitigar seu impacto potencial. 

Saiba mais: Butantan anuncia o desenvolvimento de vacina contra gripe aviária 

Com dados de janeiro de 2024 até o dia 12 de maio de 2025, o painel registrava 16 focos da doença no Brasil, com apenas este atual em uma granja comercial e os outros 15 em aves silvestres. No continente todo foram contabilizados 1.974 focos de influenza aviária, sendo que 1.705 foram apenas nos Estados Unidos. 

Prevenção contra futuras pandemias 

Nesta terça-feira (20/05), os países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a um concesso sobre um acordo mundial para combate a futuras pandemias depois de três anos de negociação. 

O acordo estabelece os princípios, abordagens e ferramentas para uma melhor coordenação internacional em diversas áreas, incluindo o acesso oportuno a vacinas, tratamentos e diagnósticos, com o objetivo de fortalecer a arquitetura global de saúde para a prevenção, preparação e resposta a pandemias 

Entre os pontos principais do acordo a previsão de criação de um sistema compartilhado de informações sobre patógenos; desenvolvimento global de capacidades de pesquisa com facilitação de transferência de tecnologias, informações, habilidades e expertise para a produção de produtos relacionados com saúde e estabelecimento de mecanismos financeiros e logísticos de apoio. 

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

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Referências bibliográficas

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