Fiocruz aponta que consumo de álcool causa média de 12 mortes por hora no Brasil
Um estudo recente da Fiocruz aponta que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no Brasil. Em 2019, foram 104,8 mil óbitos em decorrência da doença, resultando em um custo de R$ 18,8 bilhões para o país.
Desse total, R$ 1,1 bilhão são atribuídos a custos federais diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS). E o restante, R$ 17,7 bilhões, são referentes aos custos indiretos como perda de produtividade pela mortalidade prematura, licenças e aposentadorias precoces, entre outros.
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Demografia
A maior parte dos óbitos são de homens, e está relacionada com doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Já as mulheres, que representam 14% das mortes, sofrem mais de doenças cardiovasculares e cânceres relacionados ao consumo de álcool.
A pesquisa destaca ainda que as mulheres, apesar de consumirem menos álcool, têm um maior número de atendimentos médicos precoces, o que ajuda a reduzir complicações mais graves.
Alerta sobre o consumo de álcool no Brasil
Em agosto passado, o relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024, divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), destacou que a população negra é a mais afetada pelas mortes atribuídas ao álcool no Brasil.
Em 2022, a taxa de óbitos por 100 mil habitantes foi de 10,4 para negros, contra 7,9 entre brancos, uma diferença de cerca de 30%. A disparidade é ainda mais acentuada entre mulheres: 2,2 óbitos para mulheres negras e 1,4 para brancas.
Desigualdade
Esse cenário está relacionado à desigualdade racial histórica, com a população negra enfrentando maior vulnerabilidade social e dificuldades de acesso a tratamentos de saúde adequados. Além disso, o estudo revela que 72% dos óbitos por transtornos mentais e comportamentais associados ao álcool ocorrem entre mulheres pretas e pardas.
Esses dados reforçam a necessidade de maior conscientização sobre o impacto do álcool e a inclusão nos serviços de saúde mental, para garantir acesso igualitário a cuidados de qualidade.
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