Logotipo Afya
Anúncio
Saúde2 fevereiro 2020

Fidaxomicina é aprovado para tratamento de Clostridioides difficile em crianças, nos EUA

O fidaxomicinaé usado para o tratamento de diarreia por Clostridioides difficile (DACD) em crianças com seis meses de idade ou mais.

A agência federal americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou uma nova aplicação (New Drug Application – NDA) para o medicamento Dificid® (fidaxomicina) suspensão oral e uma nova aplicação suplementar (supplemental New Drug Application – sNDA) para comprimidos de Dificid®. O Dificid® é usado para o tratamento de diarreia por Clostridioides difficile (DACD) em crianças com seis meses de idade ou mais. A fidaxomicina é um antimicrobiano macrolídeo.

A aprovação pela FDA da nova formulação e da nova indicação para a fidaxomicina foi baseada em um estudo de fase paralela, multicêntrico, cego ao investigador, randomizado, em grupo paralelo (conhecido como estudo SUNSHINE, NCT02218372). Nesse estudo, a segurança e a eficácia da fidaxomicina foram avaliadas em pacientes pediátricos com idades entre seis meses e menos de 18 anos (apenas um paciente tinha idade inferior a seis meses).

Estudo sobre a fidaxomicina

O estudo SUNSHINE incluiu 148 pacientes randomizados com idade inferior a 18 anos com infecção por C. difficile confirmada. Destes, 142 receberam fidaxomicina (suspensão ou comprimidos, duas vezes ao dia) ou vancomicina (suspensão ou comprimidos, quatro vezes ao dia) na proporção de 2:1.

Os pacientes foram randomizados por faixa etária, da seguinte forma:

  • 30 pacientes de 6 meses a <2 anos;
  • 49 pacientes com idade entre 2 e <6 anos;
  • 40 pacientes com idade entre 6 e <12 anos;
  • 29 pacientes com idade entre 12 e <18 anos.

Os dois grupos de tratamento foram equilibrados em relação às características demográficas e outras basais. A resposta clínica do DACD na população pediátrica geral, avaliada durante dois dias após 10 dias de tratamento, foi semelhante entre os grupos fidaxomicina e vancomicina [77,6% versus 70,5% com um intervalo de confiança de 95% (IC95%), diferença de tratamento de 7,5 (-7,4%, 23,9%)].

Resultados

A resposta clínica sustentada, definida como a proporção de pacientes tratados com resposta clínica confirmada e sem recorrência de DACD até 30 dias após o final do tratamento, foi maior para fidaxomicina do que para vancomicina (68,4% versus 50,0% com IC95%, diferença de 18,4 (1,5%, 35,3%).

Já a segurança da fidaxomicina em pacientes pediátricos com idades entre seis meses e menos de 18 anos foi avaliada em um estudo de braço único de fase 2 em 38 pacientes e em um estudo randomizado e controlado ativo de fase 3 em 98 pacientes tratados com fidaxomicina e 44 pacientes tratados com vancomicina. A descontinuação do tratamento devido a reações adversas ocorreu em 7,9% (3/38) dos pacientes no estudo de fase 2 e em 1% (1/98) e 2,3% (1/44) dos pacientes tratados com fidaxomicina e vancomicina, respectivamente, no estudo de fase 3.

Mais da autora: Choque séptico pediátrico: uso de vitaminas e hidrocortisona interfere na mortalidade?

As reações adversas selecionadas mais comuns que ocorreram em ≥5% dos pacientes pediátricos tratados com Dificid® no estudo de fase 3 foram:

  • Pirexia (13,3%);
  • Dor abdominal (8,2%);
  • Vômitos (7,1%)
  • Diarreia (7,1%);
  • Constipação (5,1%);
  • Aumento de aminotransferases (5,1%);
  • Erupção cutânea (5,1%).

Em relação à mortalidade, houve um óbito no estudo de braço único da fase 2 e três óbitos ocorreram no estudo de fase 3 de pacientes tratados com fidaxomicina. Não houve mortalidade em pacientes tratados com vancomicina durante o período do estudo (40 dias). Todos os óbitos ocorreram em pacientes com menos de 2 anos de idade e pareciam estar relacionados a comorbidades subjacentes.

De acordo com o fabricante, para que o desenvolvimento de bactérias resistentes a medicamentos seja reduzido, a fidaxomicina deve ser usada apenas para tratar infecções comprovadas ou com forte suspeição causadas pelo C. difficile. Além disso, a fidaxomicina não deve ser utilizada em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao medicamento ou a qualquer outro ingrediente do Dificid®.

Referências bibliográficas:

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo