A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou duas novas terapias orais para o tratamento da gonorreia urogenital não complicada, uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns no mundo. As autorizações ampliam as opções terapêuticas em um cenário marcado pelo avanço da resistência bacteriana aos antibióticos disponíveis.
Novas opções orais para o tratamento da gonorreia
O primeiro medicamento aprovado foi o Nuzolvence (zoliflodacina), apresentado em grânulos solúveis em água. A terapia é indicada para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com peso mínimo de 35 kg, e deve ser administrada em dose única. Já o Blujepa (gepotidacina), aprovado um dia antes, é um comprimido oral indicado para pacientes da mesma faixa etária, com peso mínimo de 45 kg, e voltado especialmente a pessoas com poucas ou nenhuma alternativa terapêutica disponível. O Blujepa já havia recebido autorização em março de 2025 para o tratamento de infecções do trato urinário.
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“Essas aprovações representam um marco significativo nas opções de tratamento para pacientes com gonorreia urogenital não complicada”, afirmou, Adam Sherwat, diretor do Escritório de Doenças Infecciosas do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos (CDER) da FDA.
A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e, quando não tratada, pode levar a complicações graves, como doença inflamatória pélvica e infertilidade. Até recentemente, o tratamento padrão envolvia antibióticos injetáveis, principalmente a ceftriaxona, o que limita o acesso e a adesão em alguns contextos.
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Eficácia comprovada e alertas de segurança
Os estudos clínicos demonstraram eficácia comparável às terapias tradicionais. No ensaio com o Nuzolvence, 91% dos pacientes foram curados, contra 96% no grupo padrão. Já o Blujepa apresentou taxa de cura de 93%, semelhante aos 91% observados com o tratamento convencional.
Apesar dos benefícios, ambas as terapias trazem advertências importantes. O Nuzolvence apresentou riscos em estudos pré-clínicos relacionados à gestação, enquanto o Blujepa pode interferir no ritmo cardíaco e em sistemas neurológicos específicos, exigindo avaliação cuidadosa antes da prescrição.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
Autoria

Roberta Santiago
Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.
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