Logotipo Afya
Anúncio
Saúde15 julho 2024

Exercício intervalado de alta intensidade melhora a função cerebral em idosos

Estudo propõe que prática de exercício pode aumentar a cognição em idosos saudáveis, e não apenas retardar o surgimento da demência

Um estudo longitudinal realizado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Australia, descobriu que o exercício intervalado de alta intensidade melhora a função cerebral em idosos por até 5 anos.

Os professores eméritos Perry Bartlett e Dr. Daniel Blackmore, do Instituto do Cérebro de Queensland da UQ, lideraram o estudo no qual voluntários realizaram exercícios físicos e passaram por exames cerebrais.

Segundo Bartlett, este é o primeiro estudo controlado do tipo a comprovar que o exercício pode aumentar a cognição em idosos saudáveis, e não apenas retardar o declínio cognitivo.

Exercício intervalado de alta intensidade melhora a função cerebral em idosos

Imagem de master1305/freepik

O estudo

Voluntários saudáveis de 65 a 85 anos participaram de um programa de exercícios de seis meses, período ao longo do qual passaram por testes de biomarcadores e cognição e por exames cerebrais de alta resolução. Os idosos foram acompanhados pelo programa e, após 5 anos, mesmo que não tenham mantido a rotina de exercícios, ainda apresentavam melhora na cognição.

Leia também: Caso clínico: paciente idoso com queixa de “cabeça vazia”

Nos exames de ressonância magnética de alta resolução, foram notadas mudanças estruturais e de conectividade no hipocampo, a área responsável pela aprendizagem e memória.

“Se pudermos mudar a trajetória do envelhecimento e manter as pessoas cognitivamente mais saudáveis por mais tempo com uma intervenção simples como o exercício, podemos potencialmente salvar nossa comunidade dos enormes custos pessoais, econômicos e sociais associados à demência”, disse Bartlett.

Impacto: exercício e idosos

Com mais de 55 milhões de pessoas (8,1% das mulheres e 5,4% dos homens com mais de 65 anos) vivendo com demência no mundo, de acordo com relatório da OMS divulgado em 2021, o resultado da pesquisa é de grande impacto.

“Nossa descoberta pode informar diretrizes de exercícios para idosos, e pesquisas futuras poderiam avaliar diferentes tipos de exercícios que poderiam ser incorporados aos cuidados com idosos”, diz Dr. Blackmore.

Em nova fase, o estudo agora se dedica a examinar os fatores genéticos que podem regular a resposta de uma pessoa ao exercício e estabelecer quem responderá ou não a essa intervenção. Ainda segundo Blackmore, o uso de biomarcadores como ferramenta diagnóstica para o exercício também precisa de maiores investigações.

A pesquisa foi publicada na revista Aging and Disease. Ela recebe apoio contínuo da Stafford Fox Medical Research Foundation.

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Referências bibliográficas

Compartilhar artigo