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Saúde19 maio 2024

Estudo avaliou efeitos do álcool sobre células neuronais

Estudo recente, publicado na revista Antioxidants analisou o estresse oxidativo causado pelo consumo de álcool.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mundialmente, 3 milhões de mortes todo ano são causadas pelo abuso de álcool, 5,3% de todas as mortes no mundo. Quando ajustado para pessoas entre 20 e 39 anos de idade, esse percentual sobe para 13,5%.

O consumo de álcool é a causa de mais de 200 doenças e danos à saúde, além disso o abuso da substância está ligado a uma gama de transtornos mentais e comportamentais. 

Agora, estudo recente, publicado na revista Antioxidants, indica que exposição ao álcool pode gerar acúmulo de proteínas danificadas por oxidação nas células neuronais. 

Estresse oxidativo por álcool 

A análise de Mudyanselage et al. comparou os efeitos tóxicos da substância em células de neuroblastoma humano indiferenciadas e diferenciadas, as expondo a concentrações de 0 a 200 mM por até 24 horas. 

Leia também: Farmacoterapia para transtorno por uso de álcool 

A neurotoxicidade foi medida através de ensaios, incluindo quantificação da viabilidade celular, avaliações de morfologia e funcionalidade mitocondrial, produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e acúmulo celular de proteínas danificadas por oxidação.  

Achados 

O álcool reduziu a viabilidade celular e esgotou os níveis de ATP de maneira dependente da concentração e da duração da exposição, com células indiferenciadas mais vulneráveis à toxicidade. 

A exposição ao álcool resultou em retração de neuritos, alteração da morfologia mitocondrial e aumento dos níveis de ERO em proporção à concentração de álcool; esses foram significativamente maiores em células diferenciadas.  

O nível de proteínas carboniladas ficou atrás da produção de ERO e atingiu o pico após 12 e 24 horas, aumentando proporcionalmente à concentração de álcool, com níveis mais elevados em células diferenciadas. 

Consequentemente, o álcool pode potencialmente desencadear danos às células e tecidos devido ao estresse oxidativo e ao acúmulo de proteínas danificadas pela oxidação. 

Conclusão 

Segundo o estudo, a exposição ao álcool reduziu significativamente a viabilidade celular, além de induzir estresse oxidativo tanto nas células diferenciadas quanto nas indiferenciadas. 

Para os autores, como o declínio cognitivo observado em usuários costumazes de álcool pode ser atribuído ao aumento na morte de células neuronais e redução na funcionalidade de células sobreviventes devido ao estresse oxidativo, intervenções terapêuticas que foquem na capacidade antioxidante celular podem gerar benefícios sobre exposição ao álcool, aguda e crônica, através da redução da perda neuronal dano oxidativo acumulado. 

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya. 

Autoria

Foto de Augusto Coutinho

Augusto Coutinho

Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).

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