Estudo recente, publicado na BMC Public Health, avaliou as relações entre segurança alimentar e saúde cardiovascular considerando informações relativas a disparidades socioeconômicas. Os pesquisadores utilizaram dados populacionais dos Estados Unidos obtidos entre 2014 e 2020.
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Cenário
De acordo com os autores, o peso desproporcional da insegurança alimentar sobre populações marginalizadas provavelmente contribui para as disparidades em saúde cardiovascular observadas entre diferentes faixas socioeconômicas. Além disso, afirmam que essas diferenças só tendem a crescer, à medida que eventos climáticos extremos afetam a cadeia de produção de alimentos.
Dessa forma, Murkey et al consideraram importante investigar a relação entre segurança alimentar e saúde cardiovascular ideal.
Métodos
Dados de 157.001 adultos dos Estados Unidos foram relacionados com quatro níveis de segurança alimentar (muito baixo, baixo, mínimo e alto).
Adicionalmente, os pesquisadores criaram um cálculo com base em sete pontos, clínicos (hipertensão, Dislipidemia e diabetes) e comportamentais (fumo, atividade física, qualidade do sono e IMC) para que se chegasse ao que batizaram de saúde cardiovascular ideal. Ademais, a investigação realizou análises por sexo/gênero e raça/etnicidade.
Achados e conclusão: segurança alimentar e saúde cardiovascular
A população negra não hispânica apresentou níveis de segurança alimentar piores que todas as outras populações analisadas, seguida por latinos/hispânicos, brancos não hispânicos e asiáticos.
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As associações entre segurança alimentar e saúde cardiovascular foram mais aparentes em mulheres do que em homens. Além disso, os dados demonstraram grande relação entre a insegurança alimentar e a capacidade de uma população de atingir o patamar de saúde cardiovascular ideal.
Para os autores, políticas de saúde pública e ações governamentais a favor de uma saúde cardiovascular melhor seriam mais eficazes se levassem em conta as diferenças socioeconômicas entre os diferentes grupos populacionais, do que se tivessem foco apenas em comportamentos individuais.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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