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Ortopedia24 abril 2024

Osteossarcoma: Quais os fatores prognósticos em um país subdesenvolvido?

Foi feito um estudo retrospectivo por análise de prontuários em um hospital universitário de Durban, África do Sul.

O osteossarcoma é um tumor ósseo primário mais frequente em adolescentes e adultos jovens. Nos países subdesenvolvidos chega a representar cerca de 73% dos tumores ósseos primários, variando entre 28 e 60% nos países desenvolvidos. A taxa de sobrevida em 5 anos costuma ser maior nos países mais ricos devido a fatores socioeconômicos e melhores sistemas de saúde. 

Foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de determinar os fatores preditivos de mau prognóstico nos osteossarcomas convencionais centrais de alto grau de membros dentro de um único centro na África do Sul com três anos de follow up. 

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O estudo

Foi um estudo retrospectivo por análise de prontuários em um hospital universitário de Durban, África do Sul. Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020 foram identificados 152 pacientes com osteossarcoma central de alto grau comprovados por biópsia. Foram excluídos os pacientes com dados insuficientes, osteossarcomas fora do esqueleto apendicular ou superficiais e osteossarcomas secundários, permanecendo apenas 77 pacientes. 

As seguintes variáveis foram avaliadas: idade, sexo, duração dos sintomas em meses, dias após a apresentação para diagnóstico, localização do tumor (local), presença de fratura patológica, classificação de Enneking, metástases no diagnóstico, local da metástase, fosfatase alcalina sérica (ALP), lático desidrogenase (LDH), albumina sérica, subtipo histológico, a estratégia de tratamento empregada (sendo curativa com cirurgia, ou paliativa para tumores irressecáveis), cirurgia definitiva realizada e quimioterapia adjuvante usada. 

Os preditores de piores resultados do osteossarcoma foram: a idade média de ≤ 19 anos (taxa de risco (HR) 0,96; intervalo de confiança de 95% (IC) 0,92 a 0,99; p = 0,021); duração média dos sintomas ≥ cinco meses (HR 0,91; IC 95% 0,83 para 0,99; p <0,037); Metástase no diagnóstico (isto é, Enneking estágio III) (HR 3,33; IC 95% 1,81 a 6,00; p <0,001); aumento da fosfatase alcalina (HR 3,28; IC 95% 1,33 a 8,11; p <0,010); tratamento paliativo (HR 7,27; IC 95% 2,69 a 19,70); p <0,001); e amputação (HR 3,71; IC 95% 1,12 a 12,25; p <0,032).  

Por outro lado, cirurgia definitiva (HR 0,11; IC 95% 0,03 a 0,38; p <0,001) e tratamento curativo (HR 0,18; IC 95% 0,10 a 0,33; P <0,001) foram um fator de proteção. O tempo de sobrevivência mediano de Kaplan-Meier foi de 24 meses, com taxa de sobrevida de 57,1% nos três anos. A sobrevivência projetada de cinco anos foi de 29,8% (HR 0,76; IC 95% 0,52 para 1.12; p = 0,128). 

Leia também: Fatores para alta taxa de readmissão pós-tratamento de fraturas do fêmur proximal

Conclusão

O estudo demonstrou que 58,4% (n = 45) dos pacientes apresentaram metástases detectáveis na apresentação e, portanto, uma taxa de sobrevida em cinco anos de 29,8%. É importante frisar que em países subdesenvolvidos o menor acesso ao sistema de saúde e dificuldades socioeconômicas podem levar a esses péssimos resultados.

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Referências bibliográficas

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