O 9° volume do boletim Info.oncollect, da Fundação do Câncer, projetou que a mortalidade por câncer colorretal deve aumentar 36,3% até 2040 no Brasil. O boletim foi divulgado na última terça-feira, dia 5, data marcada pelo Dia Nacional da Saúde. A edição anterior do boletim já alertava para o aumento no número de casos da doença no Brasil.
De acordo com o estudo, o aumento dos óbitos entre homens será de 35% até 2040 e 37,63% entre as mulheres. A região Sudeste terá maior número absoluto de óbitos, com uma projeção de aumento de 34%, enquanto a região Norte concentrará o maior crescimento percentual, com 49,6%.
Embora a neoplasia afete de maneira similar homens e mulheres, os dados mostram que a mortalidade entre os homens é um pouco maior nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Já nas regiões Norte e Nordeste, os números são maiores nas mulheres. As projeções indicam que, entre 2036 e 2040, as taxas brutas de mortalidade masculina e feminina serão maiores nas regiões Sul e Sudeste.
O câncer de cólon e reto é o terceiro mais comum entre homens e mulheres no Brasil. Em 2020, 20.245 pessoas morreram vítimas do câncer colorretal, 9.889 homens e 10.356 mulheres.
Segundo a pesquisa, a gravidade do câncer de cólon e reto (CCR) está diretamente relacionada com o estágio em que a doença é diagnosticada. Apesar dos avanços em prevenção e tratamento, o rastreamento adequado e o diagnóstico precoce ainda são um desafio. Esse dado é reforçado pelo fato de que 78% dos pacientes que vieram a óbito por conta do CCR, descobriram a doença já nos estágios III e IV.
O coordenador da pesquisa, Alfredo Scaff, alertou que o diagnóstico tardio, entre as fases III e IV, diminuem drasticamente as chances de cura.
Diagnóstico precoce do câncer colorretal
No Brasil, a letalidade estimada dessa neoplasia variou entre 40% e 60%. Para o coordenador, os índices altos de letalidade mostram que há uma carência de políticas pública para diagnóstico precoce do câncer colorretal.
Saiba mais: Câncer colorretal: quais os principais aspectos dos tumores precoces?
Em países com programas estruturados de rastreamento, a sobrevida em cinco anos pode ultrapassar 65%. Por outro lado, no Brasil, os índices são de 48,3% para câncer de cólon e 42,4% para câncer de reto. O boletim destacou um estudo europeu, o qual evidenciou que países com programas de rastreamento, com convocações sistemáticas da população-alvo, alcançaram reduções na mortalidade por câncer colorretal.
Esses dados mostram que o esquema oportunístico de rastreamento do câncer colorretal no Brasil e a falta de um programa nacional organizado representam uma lacuna, especialmente diante do envelhecimento da população e do crescimento da doença. Dessa forma, a pesquisa feita pela Fundação do Câncer alerta para a necessidade de fortalecer políticas públicas de diagnóstico precoce, além de oferta de tratamento adequado, educação em saúde e fortalecimento da atenção básica.
A recomendação é que homens e mulheres a partir dos 50 anos, façam exames de sangue oculto nas fezes e, se necessário, colonoscopia. Além disso, alimentação regrada e prática de atividades físicas regulares podem reduzir o risco da doença.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.