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Saúde28 março 2025

Câncer colorretal pode crescer 21% no Brasil até 2040, aponta estudo

Envelhecimento da população, hábitos não saudáveis e falta de rastreamento eficaz impulsionam aumento de casos de câncer colorretal

Um estudo inédito da Fundação do Câncer, divulgado no último dia 27 de março, projeta um crescimento expressivo dos casos de câncer colorretal no Brasil nos próximos anos. A estimativa é de um aumento de 21% entre 2030 e 2040, impulsionado pelo envelhecimento da população, pelo baixo índice de hábitos saudáveis e pela falta de programas eficazes de rastreamento. 

Esse tipo de câncer está entre os cinco mais frequentes no mundo para ambos os sexos. No Brasil, a projeção indica que, em 2040, mais de 88% dos casos ocorrerão em pessoas com mais de 50 anos, grupo considerado de maior risco. 

Saiba mais: Rastreio do câncer colorretal: Avanços nos métodos não invasivos  

Atualmente, o Brasil não possui um protocolo nacional específico para o rastreamento do câncer colorretal. Em países como os Estados Unidos e na Europa, recomenda-se a realização de colonoscopia a cada dez anos a partir dos 50 anos para pacientes assintomáticos. A ausência de diretrizes claras e de um rastreamento sistemático no Brasil pode levar a diagnósticos tardios e ao aumento da mortalidade. 

Incidência 

O estudo se baseia em dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e das projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2030, 2035 e 2040. 

Dentre outros dados, o estudo aponta que as regiões Centro-Oeste (32,7%) e Norte (31,13%) devem registrar os maiores aumentos percentuais de casos. Já o Sudeste, apesar do menor crescimento proporcional (18%), continuará concentrando o maior número absoluto de casos, com projeção de 32.410 em 2030 para 38.210 em 2040. 

A incidência da doença é relativamente equilibrada entre homens e mulheres, com exceção das regiões Centro-Oeste e Sul, onde a prevalência entre os homens é ligeiramente superior. 

Câncer colorretal pode crescer 21% no Brasil até 2040, aponta estudo

Prevenção do câncer colorretal

Para conter o avanço da doença, a Fundação do Câncer destaca a importância de estratégias regionais de prevenção, ampliação do rastreamento e diagnóstico precoce. Exames como colonoscopia e pesquisa de sangue oculto nas fezes são essenciais para reduzir a mortalidade. 

Os principais desafios no Brasil incluem infraestrutura precária, dificuldade de acesso a exames e baixa adesão da população, muitas vezes por falta de informação ou medo do diagnóstico. A fundação também reforça a necessidade de reduzir desigualdades no tratamento e incentivar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividade física e redução de fatores de risco, como tabagismo e consumo de carne processada. 

Leia ainda: Acúmulos tumorais vão além do TNM

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Referências bibliográficas

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