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Saúde7 março 2025

Entidades médicas defendem ampliação da mamografia de rastreio no Brasil 

Novo parecer a favor da antecipação da mamografia de rastreio aponta que 22% das mortes por câncer de mama em 2024 foram de mulheres com menos de 50 anos

Entidades médicas apresentaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um parecer recomendando a ampliação da mamografia de rastreio para mulheres entre 40 e 74 anos. O documento busca alterar os critérios do novo programa de certificação de planos de saúde, que segue o protocolo do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), recomendando mamografias apenas para mulheres entre 50 e 69 anos. 

No final de janeiro, quando foi aberta a Consulta Pública – CP nº 144, a ANS já havia sido duramente criticada pelo Conselho Federal de Medicina, sob a alegação de que a nova diretriz pode comprometer o diagnóstico precoce e reduzir as chances de cura, ignorando a crescente incidência da doença em mulheres mais jovens. 

Aumento de casos 

Elaborado, desta vez em parceria entre o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Sociedade Brasileira de Mastologia e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o parecer aponta que 22% das mortes por câncer de mama no Brasil em 2024 ocorreram em mulheres com menos de 50 anos e 34% em mulheres acima de 70. Além disso, estudos indicam um crescimento dos casos em mulheres jovens, cujos tumores tendem a ser mais agressivos. 

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As entidades defendem que ampliar a faixa etária do rastreamento pode permitir diagnósticos mais precoces, reduzindo a necessidade de tratamentos invasivos e aumentando as chances de sobrevida. O documento também ressalta que a detecção precoce pode diminuir custos no sistema de saúde ao evitar tratamentos caros para cânceres avançados. 

Efetividade do rastreamento 

O Inca, no entanto, argumenta que não há evidências científicas que justifiquem a ampliação da faixa etária. Segundo o diretor-geral do órgão, Roberto Gil, mamografias em mulheres abaixo dos 50 anos podem gerar sobrediagnósticos e intervenções desnecessárias, sobrecarregando o sistema de saúde. Ele também alerta que a maior densidade mamária em mulheres jovens pode aumentar o número de falsos positivos. 

Cobertura e próximos passos 

No Brasil, menos de 60% das mulheres de 50 a 69 anos realizam mamografias regularmente. Para o Inca, ampliar a recomendação para mamografia de rastreio pode dificultar o acesso daquelas que já estão cobertas pelo protocolo atual. 

A ANS informou que recebeu o parecer e que as contribuições serão analisadas antes da definição final da Certificação Oncológica, que passará por nova audiência pública.

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Referências bibliográficas

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