O câncer de próstata permanece como o tipo mais incidente entre os homens brasileiros, excluídos os tumores de pele não melanoma. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam uma média de 48 mortes diárias no país em 2024, totalizando 17.587 óbitos, um aumento de 21% em uma década.
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para 2025 é de 71,7 mil novos casos. No cenário internacional, projeções da The Lancet indicam que, até 2040, o número de casos de câncer de próstata pode dobrar e as mortes aumentar em até 85%, acompanhando o envelhecimento populacional e o acesso desigual à atenção oncológica.
Para os envolvidos no levantamento, os dados reforçam a importância de estratégias de rastreamento individualizado, especialmente para grupos de risco. A recomendação atual é iniciar o rastreio com PSA e toque retal aos 45 anos, ou a partir dos 40 em homens com histórico familiar de câncer de próstata, mama ou colorretal. Quando há suspeita, a ressonância magnética multiparamétrica e a biópsia dirigida continuam como padrões de confirmação diagnóstica.
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Aumento no atendimento entre jovens
Além da alta taxa de mortalidade, o crescimento dos atendimentos entre homens com menos de 50 anos chama a atenção. Informações do DATASUS mostram um salto de 2,5 mil para 3,3 mil procedimentos relacionados à doença entre 2020 e 2024, o que representa aumento de 32%. Sessões de quimioterapia correspondem a maior parte desses procedimentos (84%).
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Especialistas da SBU e do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) avaliam que o fenômeno pode refletir tanto melhor acesso ao diagnóstico quanto uma mudança real no perfil etário dos pacientes.
A importância do diagnóstico precoce
Em casos de detecção precoce, as taxas de cura ultrapassam 90%. O manejo depende do estadiamento e pode envolver desde vigilância ativa em tumores de baixo risco até prostatectomia radical, radioterapia e hormonoterapia nos casos mais avançados.
A recente incorporação da cirurgia robótica ao SUS amplia as opções terapêuticas, oferecendo maior precisão cirúrgica e menor tempo de recuperação dentro de um panorama que reforça a necessidade do rastreio precoce, redução das barreiras de diagnóstico e personalização de condutas.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
Autoria

Redação Afya
Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.
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