Boletim epidemiológico da Fundação Oswaldo Cruz, com dados inseridos no SIVEP-Gripe até o dia 07/12/2024 e referente a Semana Epidemiológica 49 (01/12/2024 a 07/12/2024) trouxe os números e tendências para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil.
De acordo com o relatório, o agregado nacional segue apontando para uma tendência de queda no longo prazo (6 semanas) e de estabilidade no curto prazo (3 semanas). Contudo as análises regionais mostram disparidades entre as Unidades Federativas (UF): Ceará (CE), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Maranhão (MA), Rondônia (RO) e Santa Catarina (SC) demonstram um sinal de crescimento no longo prazo, embora por motivos diferentes.
No DF, ES, MA e SC essa tendência é causada pelo aumento do número de casos de rinovírus entre crianças e adolescentes.
No plano nacional o rinovírus é o principal responsável pelos casos de SRAG entre esse público e o maior contribuidor para os números de SRAG nas últimas quatro semanas, estando presente em 40,5% dos casos positivos para infecção viral.
A covid-19 é a principal responsável pelo aumento de casos no Ceará, principalmente entre a população idosa, que também a mais afetada pelos casos de SRAG no DF. Nas últimas quatro semanas a covid-19 foi encontrada em 29,6% dos casos registrados no Brasil.
Capitais
Dez 10 das 27 capitais apresentaram sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Brasília (DF), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Porto Velho (RR), São Luís (MA) e Vitória (ES).
A variação é similar a encontrada nos Estados, com alguns devendo a tendência a uma maior atuação do rinovírus, afetando crianças e adolescentes (p. ex., São Luís, Boa Vista e Campo Grande), e outros ao aumento de casos de SRAG entre idosos (Brasília, Vitória). Contudo, em Aracaju nota-se aumento de casos entre as duas populações, enquanto em João Pessoa, Florianópolis e Porto Velho, o sinal de crescimento é mais compatível com uma oscilação normal.
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SRAG em 2024
Neste ano, até a Semana Epidemiológica 49, 167.374 casos e 10.311 óbitos por SRAG já foram notificados. Dos casos notificados 77.433 (46,3%) foram positivos para algum vírus respiratório, sendo:
- 34,2% vírus sincicial respiratório (VSR);
- 26,8% de Rinovírus;
- 19,5% SARS-CoV-2 (covid-19);
- 16,9% Influenza A;
- 2,0% Influenza B
Dentre os óbitos em 2024, o principal responsável foi SARS-CoV-2 (52,2%), seguido de Influenza A (27,2%), Rinovírus (9,1%), VSR (8,1%) e Influenza B 2,4%.
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