Coqueluche: 11 vezes mais casos em 2024
Doença infecciosa aguda e importante causa de morbimortalidade infantil, a coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, voltou a crescer no Brasil em 2024, depois de ter passado os últimos quatro anos apresentando um número baixo de casos (< 250) e nenhuma morte desde 2020. Dados do Ministério da Saúde, até 14 de outubro deste ano, apontavam 2.420 casos com 11 mortes.
É o maior número de casos registrados desde 2016 e a maior quantidade de óbitos em decorrência da infecção desde 2018 (em 2019 também foram registradas 11 mortes).
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Aumento dos casos de coqueluche pelo país
Em abril deste ano, a cidade de São Paulo já registrava o dobro de casos do que em 2023, e a primeira morte desde 2020 foi registrada em julho no Paraná. À época, o Ministério da Saúde já indicava um aumento de 56,2% nos casos de coqueluche pelo país. Com os dados mais atuais, o número de casos de coqueluche em 2024 apresentam um aumento de mais de 1.000% em relação aos registrados em todo 2023.
No Espírito Santo (cujos números para 2024, até a última atualização, não constam na plataforma do Ministério da Saúde), de acordo com boletim epidemiológico do governo estadual, até a semana epidemiológica 42 (13/10/2024 a 19/10/2024) foram confirmados 64 casos em 2024, e notificados 401 casos suspeitos de coqueluche, em 2023 só 5 casos foram confirmados no estado.
O crescimento de casos também foi noticiado este mês em outras cidades do estado de São Paulo, que já contabiliza 665 casos em 2024, contra 53 em 2023. Outros estados com aumento expressivo no número de casos confirmados são Paraná (823 contra 16 em 2023), Minas Gerais (286 contra 13 em 2023) e Rio de Janeiro (216 contra 8 em 2023)
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, no último dia 24 de outubro, emitiu um alerta sobre a necessidade da vacinação contra a doença para gestantes e puérperas. O alerta vem (além do crescimento de casos em 2024) após o falecimento de três bebês com menos de seis meses de vida.
No comunicado, a Secretaria pede para gestantes, puérperas e profissionais de saúde que mantenham a vigilância e se atentem a necessidade e importância da vacinação contra doença.
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Imagem de freepikVacinação
A vacinação é a principal forma de prevenção contra coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacina específica para gestantes e profissionais de saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma doença endêmica e cíclica, ressurgindo em intervalos de três a cinco anos. Dessa forma é necessário que a imunização esteja em dia.
Nota do Ministério da Saúde
Em Nota Técnica publicada em junho (devido a surtos de coqueluche pelo mundo) o Ministério da Saúde recomendou a ampliação e intensificação da vacinação contra a coqueluche. Indicando o uso da vacina dTpa para trabalhadores da saúde em locais com atendimento em ginecologia e obstetrícia; serviços de parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; UTIs e UCIs, berçários (baixo, médio e alto risco) e pediatria. Além de pessoas que atuam como doulas, e trabalhadores de creches e outros locais que atendam crianças com até 4 anos.
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