São Paulo registra o dobro de casos de coqueluche em 2024
Dados da Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo indicam que os casos de coqueluche dobraram neste primeiro quadrimestre de 2024 em comparação com 2023 inteiro. Já foram 17 casos registrados na cidade, em 2023 ocorreram apenas 8 notificações.
Causada pela bactéria Bordetella pertussis a coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória e importante causa de morbimortalidade infantil. Contudo, é uma doença prevenível através da vacinação.
Cobertura vacinal
Desde 2012, a vacina pentavalente, imunizante contra Difteria, Tétano, pertussis (coqueluche), Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e, embora a cidade de São Paulo tenham registrado um aumento da cobertura vacinal nos últimos anos, a meta de 95% não foi atingida. Em 2023 ela ficou em 90,67%, em 2022, 80,97% e em 2021 ela foi de apenas 77,77%.
Esse é um dos motivos apontados por infectologistas para o crescimento do número de casos na cidade.
O esquema vacinal é composto por três doses (dois, quatro e seis meses de idade) mais uma dose de reforço com a vacina DTP (Difteria, Tétano e pertussis) aos 15 meses e aos 4 anos. Como a vacina também perde a eficácia ao longo do tempo, o Ministério da Saúde recomenda uma dose de reforço na população adulta.
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Surto
O aumento no número de casos ainda não caracteriza um surto, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
Em 2011, o país passou por um aumento expressivo no número de casos e mortes pela doença, o que durou até 2014. Nesse período foram confirmados 22.772 casos e 377 mortes.
Desde 2018, o coeficiente de incidência da doença tem ficado abaixo de 1 por 100.000 habitantes. Entre 2020 e 2023, nos anos da pandemia de covid-19, esse coeficiente chegou a 0,1. Em 2019 foram notificados 101 casos pelo Brasil, mas entre 2020 e 2023 foram apenas 51 em todo território nacional.
O coordenador de Infectologia pediátrica da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), Marcelo Otsuka, em entrevista ao G1, disse acreditar que esse aumento registrado em São Paulo é apenas uma retomada dos números registrados antes da pandemia.
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