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Saúde10 janeiro 2025

Brasil registrou cerca de 300 mil bebês prematuros em 2023 

O país supera a média global de nascimentos prematuros em 2023; desigualdades sociais e falhas no pré-natal são principais causas 

Em 2023, quase 12% dos nascimentos no Brasil ocorreram antes das 37 semanas, somando aproximadamente 300 mil nascimentos prematuros. O país está acima da média global, de 10%, e entre os dez com maior número de bebês nascidos antes do tempo previsto. De acordo com a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, a maioria desses casos pode ser prevenida, já que há uma relação muito estreita entre a prematuridade e determinantes sociais, como acesso à saúde e à educação. Planejamento familiar e pré-natal de qualidade também são fatores que reduzem as chances de prematuridade. 

Principais causas 

As principais causas de partos prematuros incluem ruptura prematura da bolsa, infecções bacterianas e hipertensão. A ruptura é mais comum em gestantes adolescentes, de idades avançadas, malnutridas ou que consomem álcool, tabaco ou drogas, além de casos de gestações múltiplas e má formação uterina. 

Infecções urinárias e sexualmente transmissíveis podem ser prevenidas ou tratadas para evitar a prematuridade. Hipertensão, que acomete 15% das gestantes, é a maior causa de complicações e pode ser prevenida com profilaxia precoce, como o uso de AAS e cálcio. 

Além disso, a alta taxa de cesarianas no Brasil, muitas vezes agendadas sem necessidade médica, contribui para partos prematuros, especialmente quando há erro no cálculo da idade gestacional, fazendo muitas vezes com que bebês nascidos de cesáreas eletivas apresentem imaturidade respiratória e dificuldades de amamentação. 

Pré-Natal 

Especialistas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) reforçam a importância do pré-natal para identificar e tratar complicações que levam ao parto prematuro, como infecções, rotura prematura da bolsa e síndromes hipertensivas. O ultrassom morfológico, feito na 22ª semana, também é um grande balizador da gestação, podendo apontar — entre tantos outros parâmetros — um possível encurtamento do colo do útero.  

Sequelas de partos prematuros

Um feto é considerado viável para sobreviver fora do útero a partir de 25 semanas e peso mínimo de 500 gramas. Porém, a taxa de mortalidade entre esses prematuros extremos varia entre 30% e 45%, e menos da metade dos sobreviventes têm desenvolvimento sem deficiências. 

A cada semana adicional de gestação, aumentam as chances de sobrevivência e diminuem os riscos de sequelas, mas até mesmo nascimentos próximos ao período ideal podem levar a paralisia cerebral leve ou atrasos no desenvolvimento. 

Leia também: Reanimação ou não de prematuros extremos de 22 semanas?

Impacto 

A prematuridade também impacta a dinâmica familiar, gerando estresse, ansiedade e dificuldades financeiras. O apoio social e o acesso a serviços de assistência são essenciais. A redução das taxas de prematuridade exige um esforço conjunto, com investimentos em pré-natal de qualidade, acesso à informação, planejamento familiar e acompanhamento especializado para prematuros. 

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya

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