O Brasil alcançou 672 mil pacientes em tratamento com cannabis medicinal, 56% a mais que em 2023, segundo o anuário da Kaya Mind. O segmento movimentou R$ 853 milhões, representando uma alta de 22% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que o mercado atinja R$ 1 bilhão até 2025.
Os pacientes estão distribuídos em 80% dos municípios do país, com acesso a mais de 2.180 produtos disponíveis. Para a CEO da Kaya, essa diversidade atende a diferentes necessidades, refletindo a forma como a medicina tem integrado as opções de tratamento à rotina dos brasileiros.
O avanço do setor também está ligado a mudanças na regulamentação, como a recente autorização judicial para o cultivo de cannabis. Em 2024, 413 empresas estrangeiras exportaram produtos para o Brasil, ampliando a oferta e tornando o mercado nacional mais diversificado.
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Cultivo
Em novembro, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça aprovou, por unanimidade, a importação de sementes e o cultivo de cânhamo industrial para usos industriais e medicinais, com regulamentação da Anvisa prevista em até seis meses.
O cânhamo industrial, com baixos níveis de THC, é impróprio para uso recreativo, mas essencial para a produção de canabidiol (CBD). Segundo a ministra Regina Helena, relatora do caso, a medida diferencia os usos medicinal e recreativo, além de reduzir custos ao dispensar a importação de insumos.
Tratamentos com cannabis medicinal
Estudos crescentes confirmam os benefícios da cannabis medicinal para tratar condições como esclerose múltipla, epilepsia, autismo, Parkinson, fibromialgia e dor crônica. Além disso, o canabidiol (CBD) é indicado para diversas outras doenças, incluindo câncer, Alzheimer, transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático e glaucoma.
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Importações
Entretanto, 47% dos pacientes ainda dependem da importação dos produtos devido a entraves legais. Outros 31% recorrem a farmácias, enquanto 22% são atendidos por associações, que desempenham um papel fundamental no apoio a pacientes de baixa renda.
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