A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, no último dia 27 de maio, a suspensão da comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso de diversos suplementos alimentares das marcas AlwaysFit e Curcumais/AlwaysFit. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e envolve produtos contendo melatonina, cúrcuma, óleo de semente de abóbora e vitaminas do complexo B. Os produtos foram retirados do mercado por apresentarem risco sanitário. Suplementos eram vendidos com promessas terapêuticas, o que contraria as normas vigentes.
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Segundo a Anvisa, a decisão foi motivada pelo uso irregular da via sublingual, sem que houvesse avaliação de segurança para essa forma de administração. Produtos com essa via de uso exigem comprovação específica, uma vez que a absorção direta pela mucosa bucal altera a farmacocinética dos compostos.
Produtos suspensos
A suspensão abrange os seguintes itens:
- Melatonina líquida (oral e spray) – AlwaysFit
- Óleo de semente de abóbora líquido – AlwaysFit
- Suplemento de cúrcuma líquido – Curcumais/AlwaysFit
- Metil B9-B12 em gotas – AlwaysFit
Esses produtos vinham sendo comercializados com alegações como “melhora do sono”, “alívio de dores” e “saúde do trato urinário”. De acordo com a Anvisa, tais promessas são indevidas, já que suplementos alimentares não têm finalidade terapêutica.
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A AlwaysFit declarou que segue as normas sanitárias vigentes e afirmou já ter retirado do mercado todas as versões com menção ao uso sublingual, mantendo apenas os produtos com indicação oral.
Riscos do uso sublingual de suplementos
A Instrução Normativa nº 28/2018, que regula os limites de nutrientes e substâncias bioativas, é voltada apenas para produtos ingeridos por via oral. A via sublingual, por proporcionar absorção direta para a circulação sistêmica, pode intensificar efeitos adversos, especialmente em substâncias como a melatonina, que atuam no eixo neuroendócrino.
Como a empresa não apresentou documentação técnica nem solicitou a regularização das substâncias para uso sublingual, a Anvisa considerou a suspensão essencial para mitigar riscos à saúde pública.
A agência reforça que suplementos não substituem medicamentos e que seu uso inadequado pode representar risco, principalmente para pessoas com condições clínicas pré-existentes.
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