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Terapia Intensiva4 dezembro 2022

Caso clínico: transporte intra-hospitalar do paciente grave

Paciente com múltiplas lesões após acidente e colisão frontal com caminhão de grande porte. Confira o caso completo.

Paciente de 33 anos, sexo masculino, previamente hígido, foi vítima de acidente automobilístico (colisão frontal do seu carro com um caminhão carregado de sacos de cimento). 

Na avaliação inicial do atendimento pré-hospitalar apresentava-se comatoso, com escala de coma de Glasgow (GCS, do inglês Glasgow coma scale) 9, tatuagem traumática em hemitórax direito. PA 90/50 mmHg, FC 128 bpm, FR 3 irpm com tiragem intercostal. Recebeu imobilização cervical, intubação orotraqueal e expansão volêmica, sendo transferido ao pronto-socorro. 

Exames laboratoriais evidenciavam leucocitose (21.000 cels/mm³) com desvio à esquerda (10% de bastões), hipernatremia (Na 156 mmol/L), hipercalemia (K 6,1 mEq/L) e CPK de 15.000 UI/ml. 

Apresentava fraturas em 5º e 7º arcos costais direitos, fratura cominutiva do fêmur direito, contusão hepática leve com hematoma laminar subcapsular e edema cerebral difuso e apagamento dos sulcos, sem desvio da linha média, porém com compressão de cisternas (lesão difusa III de Marshall). 

Ainda nas primeiras horas de evolução, o paciente apresentou piora clínica caracterizada por hipoxemia refratária, injúria renal aguda e exacerbação da pressão intracraniana (P2 > P1). Foram indicadas tomografia computadorizada (TC) de crânio e angio-TC de tórax. O paciente já encontrava-se com monitorização invasiva da pressão intra-arterial, acesso venoso central, sonda vesical de demora e cateter intraparenquimatoso para monitorização da pressão intracraniana. 

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Ponderando a relação risco-benefício do transporte a ser realizado, podemos afirmar que:

AA monitorização da pressão intracraniana descarta a necessidade de TC de crânio, pois pode ser utilizada para identificar a ocorrência de sangramento.

BO transporte de um paciente com instabilidade hemodinâmica deve ser precedido de adequada reposição volêmica e, se necessário, uso de drogas vasopressoras para compensação.

CA realização dos exames não deve ser atrasada para realização de expansão volêmica, já que não aumenta o risco ao paciente, pois abrevia o tempo para realização do exame.

DÉ preferível atrasar a realização dos exames protelando ao máximo o início da anticoagulação plena devido ao elevado risco de sangramento do sistema nervoso central.

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