Gestante de 42 anos, G2P1, com 16 semanas e 3 dias de gestação, comparece ao pré-natal referindo perda visual súbita e bilateral há duas semanas. Relata que, desde a 8ª semana de gestação, apresenta náuseas e vômitos persistentes, incapacidade de se alimentar adequadamente e perda ponderal de aproximadamente 15 kg. Queixa-se também de fraqueza progressiva e dificuldade para manter o equilíbrio ao caminhar.
Ao exame físico, apresenta-se consciente e orientada, porém apática. Mucosas hipocoradas, pele seca e sinais de desidratação. Estado geral comprometido, emagrecida e caquética. Sinais vitais: PA 100/65 mmHg, FC 116 bpm, FR 18 irpm, temperatura 36,7 °C, saturação periférica de oxigênio 98% em ar ambiente.
Exame neurológico:
- Nistagmo horizontal bilateral e leve oftalmoparesia à movimentação lateral dos olhos.
- Acuidade visual reduzida (percepção apenas de vultos), campos visuais não avaliáveis com precisão.
- Marcha instável, com base alargada e dificuldade para manter-se em ortostatismo.
- Prova dedo-nariz alterada bilateralmente.
- Força muscular preservada, reflexos osteotendíneos normais e simétricos.
- Sensibilidade preservada.
Demais exames:
- Fundoscopia sem alterações de disco óptico ou retina.
- Urinálise: cetonúria 3+, proteinúria discreta.
- Exames laboratoriais: aumento de creatinina e ureia, compatível com lesão renal aguda.
- Tomografia de crânio: sem alterações.
Qual o diagnóstico mais provável e a conduta inicial mais adequada?
ANeuropatia óptica isquêmica — iniciar corticosteroide EV.
BAcidente vascular cerebral — iniciar anticoagulação terapêutica.
CNeurite óptica associada à esclerose múltipla — indicar pulsoterapia com metilprednisolona.
DEncefalopatia de Wernicke secundária à hiperêmese gravídica — iniciar reposição de tiamina EV.
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