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Pneumologia18 novembro 2022

Recomendações para oxigenoterapia domiciliar prolongada

A oxigenoterapia domiciliar prolongada pode estabilizar ou mesmo reverter a hipertensão pulmonar e diminuir as arritmias cardíacas.

As doenças respiratórias crônicas podem evoluir com hipoxemia em repouso ou induzida pelo exercício, estando entre as principais causas de redução da qualidade e da expectativa de vida. Para pacientes que progridem com hipoxemia, a prescrição da oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) poderá trazer benefícios, como redução da sensação de dispneia, maior tolerância aos esforços e melhora na expectativa de vida.

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A melhora da sobrevida com a ODP foi comprovada em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) estável e hipoxemia crônica grave. Nas últimas décadas, acumularam-se evidências de que a ODP tem outros efeitos benéficos, tais como redução da depressão, melhora da função cognitiva, melhora da qualidade de vida, melhora da capacidade de exercício e redução de hospitalizações. Além disso, a ODP pode estabilizar ou mesmo reverter a hipertensão pulmonar (HP) e diminuir as arritmias cardíacas e a isquemia miocárdica em pacientes com DPOC.

Recomendações para oxigenoterapia domiciliar prolongada

Definindo a necessidade de oxigenoterapia

Ao nível do mar, a pressão barométrica é de 760 mmHg (ou 1 atm), a FiO2 é de 0,21 (ou denominada pela prática clínica de 21%, terminologia que é usada nos trabalhos científicos e que será utilizada neste documento) e a PaO2 é de 80-100 mmHg em indivíduos saudáveis mas também deve ser corrigida para a idade (com o envelhecimento temos uma redução progressiva da PaO2). A hipoxemia é definida quando a PaO2 encontra-se abaixo do limite inferior da normalidade; entretanto, isso não significa obrigatoriamente que haverá necessidade de suplementação de oxigênio.

As principais indicações derivam de estudos sobre DPOC e são extrapoladas a diversas doenças pulmonares crônicas. São elas: PaO2 ≤ 55 mmHg (7,3 kPa) ou SpO2 ≤ 88% PaO2 56-59 mmHg (7,4-8,0 kPa) ou SpO2 ≤ 89% associada a HP, edema devido IC ou Ht > 55%.

Em relação a utilização de O2 aos exercícios, a indicação é SpO2 ≤ 88% durante atividade física e com melhora da tolerância ao exercício com o uso de oxigênio, pois ajuda a aumentar o número diário de horas de uso da oxigenoterapia, melhora a capacidade de exercício, mas há resultados controversos sobre a melhora da qualidade de vida e pode melhorar a duração e a intensidade do treinamento na reabilitação.

Saiba mais: Uso de oxigênio em pacientes com doença cardiovascular

Em relação ao período noturno, a oxigenoterapia noturna deve ser utilizada quando SpO2 ≤ 90% em ≥ 30% do registro e evidência de HP ou eritrocitose (comprovar a melhora da SpO2). Um estudo não mostrou benefícios em pacientes sem critérios para oxigenoterapia domiciliar prolongada (baixo poder e adesão). Oxigenoterapia nas viagens aéreas possui indicação quando SpO2 < 92% ou SpO2 de 92-95% e ≤ 84% no TC6M.

Oxigenoterapia paliativa em geral não é indicada para pacientes dispneicos com doença avançada e sem hipoxemia. O efeito do oxigênio para alívio da dispneia é inferior ao dos opiáceos.

 Mensagens práticas:

  • As principais indicações de ODP são derivadas de dois grandes estudos em DPOC e extrapoladas a diversas situações poucos estudadas;
  • No geral, pacientes com SaPO2 < 88% serão candidatos a ODP, confirmada através de gasometria arterial, coletada em situação de estabilidade do quadro, fora de exacerbações ou internações;
  • Muitos pacientes saem de uma internação dependentes de O2. A grande maioria melhora e tende a não precisar de ODP a longo prazo. A reavaliação é sempre necessária.

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Referências bibliográficas

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