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Pneumologia28 junho 2022

O impacto de dez comorbidades na mortalidade por SDRA

Estima-se que a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) representa 10,4% do total de internações em unidades de terapia intensiva.

Estima-se que a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) representa 10,4% do total de internações em unidades de terapia intensiva (UTI) e 23,5% de todos os pacientes que necessitam de ventilação mecânica. O impacto das comorbidades na mortalidade por SDRA ainda permanece incerto, embora alguns estudos apontem doenças hepáticas, malignidades, imunossupressão como fatores de risco para piores desfechos nos pacientes críticos com SDRA.  

SDRA

Métodos

Um estudo de corte retrospectivo envolveu serviços de saúde dos Estados Unidos que incluiu pacientes com mais de 18 anos e com diagnóstico de SDRA pela classificação do CID-10 entre 2016 e 2018. Os fatores de risco (condições médicas crônicas) de interesse foram hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, hipotireoidismo, uso de álcool e drogas, doença renal crônica (DRC), doença cardiovascular, doença hepática crônica, doença pulmonar crônica e malignidade. 

Resultados 

Após as exclusões, foram analisados 1.046 registros. Os sobreviventes eram significativamente mais jovens do que os não sobreviventes (52,1 vs 62,8; p < 0,001)  e com a maioria de mulheres (49,1% vs 53,2%; p = 0,004). A hipertensão foi a comorbidade mais encontrada, assim como o diabetes e as doenças pulmonares crônicas. Na análise multivariada, foi observado que malignidade (OR 2,26, IC 95% 1,84-2,78, p < 0,001), doença cardiovascular (OR 1,54, IC 95% 1,23-1,92, p < 0,001), e DRC (OR 1,75, IC 95% 1,22-2,50, p = 0,002) aumentaram o risco de morte. Nas análises de interação, a doença cardiovascular combinada com malignidade ou DRC conferiu maiores chances de morte em comparação com qualquer fator de risco isoladamente. Muitos estudos apontam a lesão renal aguda como forte preditor de risco para mortalidade na SDRA, porém o papel da doença renal crônica era pouco conhecido.  

As condições crônicas como um todo têm demonstrado influenciar a sobrevida em vários momentos após a hospitalização por SDRA, sendo pior o prognóstico quanto maior o número de comorbidades acumuladas. Durante a pandemia de COVID-19, idade, hipertensão, diabetes, obesidade e diversas outras doenças também foram associadas a piores desfechos. Entre as limitações, a natureza retrospectiva do estudo impede a relação de causalidade. Além disso, fatores individuais da infecção como sepse e aspiração não foram considerados.  

Mensagens práticas

  • A SDRA tornou-se um dos principais diagnósticos nas UTIs de todo o mundo durante a pandemia de covid-19; 
  • A comorbidades são prevalentes entre os pacientes internados, sobretudo entre os mais idosos. Malignidades, doenças cardiovasculares e doenças renais foram associadas a maior mortalidade entre os pacientes com SDRA.

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Referências bibliográficas

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