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Pediatria11 junho 2024

WFPICCS 2024: Highlights em ventilação mecânica

Foram apresentados os estudos Pediatric Acute Respiratory Failure in severe COVID-19: Driving pressure is associated with mortality e outro sobre o dispositivo IPV.

Dois interessantes trabalhos sobre ventilação mecânica foram apresentados no congresso da World Federation of Pediatric Intensive and Critical Care Societies (WFPICCS), realizado em Cancún, México, de 01 a 05 de junho de 2024.   

Saúde poderá repassar até R$ 97 milhões à UTIs pediátricas 

Imagem de rawpixel.com no Freepik

Veja um trabalho brasileiro que foi apresentado no congresso 

O primeiro deles foi o estudo intitulado Pediatric Acute Respiratory Failure in severe COVID-19: Driving pressure is associated with mortality, apresentado pelo pediatra intensivista brasileiro Dr. Emmerson Farias, da Santa Casa do Pará. De fato, poucos são os dados sobre a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) pelo vírus SARS-CoV-2 em crianças. O Dr. Emmerson iniciou a palestra comentando o artigo de Marroquín-Yáñez e colaboradores de 2022: a falência respiratória aguda é uma das grandes causas de morbidade e mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) mas, felizmente, a doença pulmonar por covid-19 em pacientes pediátricos ocorre menos frequentemente que em adultos e apresenta melhor prognóstico. 

O trabalho do Dr. Emmerson e seus colaboradores foi realizado em uma única UTIP na região amazônica do Brasil, de 1º de abril de 2020 a 31 de dezembro de 2023 e concluiu que uma maior driving pressure foi associada à mortalidade hospitalar no 28º dia em crianças sob ventilação mecânica com falência respiratória aguda pela covid-19. Este estudo representa a maior amostra brasileira a descrever de forma abrangente a mecânica pulmonar em crianças gravemente enfermas com insuficiência respiratória aguda devido à infecção pelo SARS-CoV-2. 

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Conheça a ventilação percussiva pulmonar

Outro trabalho significativo foi apresentado pela fisioterapeuta australiana Alexandra Ferguson. Ela apresentou sua experiência com o dispositivo IPV (Intrapulmonary Percussive Ventilation = Ventilação Percussiva Intrapulmonar). Trata-se de um dispositivo pneumático que produz um tipo de ventilação oscilatória de alta frequência e que consiste em uma interface fisiológica, permitindo frequências de 0,83-10 Hz ao liberar pequenas quantidades em pico de gás de alto fluxo nos pulmões. O IPV permite pequeno volume corrente e proporciona pressão positiva (entre 5 a 35 cmH2O), gerando PEEP (positive end-expiratory pressure = pressão positiva ao final da expiração) com menor risco de barotrauma. Além disso, o IPV é útil na eliminação de secreção e também auxiliar no recrutamento pulmonar.  

O IPV pode levar aos seguintes efeitos fisiológicos:  

  • Aumento do viés de fluxo expiratório (fluxo expiratório > fluxo inspiratório); 
  • Cria efeitos de pressão expiratória positiva (PEP) e PEEP, utiliza ventilação colateral e permite a abertura das vias aéreas; 
  • Proporciona pressão de suporte positiva e reexpande áreas de atelectasias; 
  • Homogeniza a ventilação; 
  • Possui efeito percussivo: há oscilação de vias aéreas, aumento  da força de cisalhamento e redução da viscosidade das secreções; 
  • Permite a redução da pCO2.  

As indicações de IPV incluem: retenção de secreções periféricas que não conseguem ser eliminadas por outras formas de toilette respiratória; necessidade de suporte ventilatório (por exemplo, pacientes com insuficiência respiratória em uso de ventilação não invasiva); dor torácica; osteopenia; escoliose grave; deformidades da parede torácica; uso domiciliar quando o acúmulo de secreções periféricas estão ocasionando quadros respiratórios frequentes ou prolongados, apesar do uso de outras técnicas de limpeza de vias aéreas.

Veja os destaques do congresso da World Federation of Pediatric Intensive and Critical Care Societies!

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