Em maio de 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu um anota de alerta acerca da volta às aulas no contexto da pandemia pela Covid-19. Seguem os principais pontos da publicação:
Considerações gerais
- Em geral, as crianças não fazem parte dos grupos de risco para Covid-19;
- No entanto, crianças abaixo de 5 anos — especialmente abaixo de 2 anos — têm maior taxa de hospitalização;
- Crianças, mesmo assintomáticas, podem ser transmissoras da doença;
- Existe a preocupação com o adoecimento das crianças e dos outros membros da família, ao passo que também há a apreensão pelo prejuízo da aprendizagem e sociabilização das crianças.
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Princípios
- É importante que os pais e os professores se mantenham informados sobre as novidades acerca da Covid-19 por meio de fontes confiáveis, evitando as fake news;
- Crianças e profissionais da educação com sintomas suspeitos não devem frequentar a escola;
- A escola deve oferecer locais e insumos para a lavagem adequada de mãos, além da higienização frequente dos recintos e superfícies;
- Os ambientes devem ser arejados;
- Estimular atividades ao ar livre;
- Evitar aglomerações;
- Atividades coletivas devem ser evitadas;
- Sempre que possível fazer uso do ensino à distância.
Distanciamento social
- Se possível, reduzir o número de alunos por sala;
- Alternar atividades presenciais com ensino à distância;
- As turmas devem ter horários de entrada, intervalo e saída diferentes;
- De acordo com a realidade de cada escola, a distância entre os alunos deve ser no mínimo 1 metro;
- Tentar manter o distanciamento no transporte escolar;
- Alunos imunocomprometidos ou com doenças crônicas devem, idealmente, receber ensino à distância;
- Professores e funcionários pertencentes aos grupos de risco devem exercer suas funções à distância.
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Medidas educativas
- A escola deve ser comunicada caso o aluno ou familiar apresentar exame positivo para Covid-19, e o retorno do aluno às aulas só será permitido após 14 dias, a contar do primeiro dia dos sintomas;
- A escola deve reservar um espaço isolado no caso de algum aluno ou funcionário apresentar sintomas de adoecimento;
- Medidas de higiene devem ser reforçadas:
- Lavagem frequente das mãos;
- Manter lavatórios em bom funcionamento;
- Disponibilizar álcool gel nas salas de aula, corredores, banheiros, entrada e saída da escola;
- Desencorajar o uso de lenços de pano;
- Orientar tossir ou espirrar no antebraço (com cotovelo dobrado) ou em lenços descartáveis;
- Evitar contato com mucosas (olhos, boca, nariz);
- Solicitar que cada estudante traga sua própria garrafa de água; proibir que bebam diretamente do bebedouro;
- Promover o uso de máscaras nas crianças acima de 2 anos;
- Troca de máscaras a cada 2-4 horas ou quando estiverem sujas, molhadas ou rasgadas;
- A escola deve limpar os ambientes ao menos uma vez ao dia;
- Limpar mais frequentemente os lugares de maior circulação de pessoas e os objetos mais manuseados (maçanetas, interruptores, teclados);
- Pode-se usar soluções de álcool a 70% ou hipoclorito de sódio a 0,5% para a limpeza de superfícies.
- A coleta de lixo deve ser frequente.
A escola é fundamental na formação do indivíduo. No contexto da pandemia pela Covid-19, deve também funcionar como um ambiente de conscientização e educação sobre as boas práticas para evitar a disseminação do vírus.
Referências bibliográficas:
- Sociedade Brasileira de Pediatria. Covid-19 e a volta às aulas. SBP, maio de 2020. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22516b-NA_-_Covid-19_e_a_Volta_as_Aulas.pdf
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