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Um assunto recorrente entre os pediatras é a diarreia causada pelo uso de antibióticos, por este motivo em setembro de 2018 a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um conteúdo sobre o tema.
Sabemos que o uso do antibiótico causa um desequilíbrio da microbiota intestinal e por consequência cerca de 30% dos pacientes em antibioticoterapia apresentarão diarreia em algum momento do tratamento ou até oito semanas após seu término. A via de administração, seja via oral ou intravenosa, não interfere neste processo, sendo ambas capazes de levar à diarreia. Os antimicrobianos mais associados a esta patologia são: amoxicilina, associada ou não a clavulanato, cefalosporinas e clindamicina.
Podemos salientar alguns fatores de risco como menores de seis anos e maiores de 65 anos, prematuridade, uso prolongado do antimicrobiano, maior tempo de hospitalização, imunodeficiência e episódios prévios de diarreia por antibiótico.
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A grande importância deste tema se deve ao fato de que o Clostridium difficile é o agente causador em cerca de 10 a 20% dos casos e também o responsável pela maioria das complicações graves relacionadas.
Diante destes fatos, o uso de probióticos durante a antibioticoterapia poderia ser uma forma de evitar a ocorrência da diarreia. A Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediatria publicou recentemente uma revisão que recomenda o uso do Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) e o Saccharomyces boulardii para evitar a diarreia por antibióticos, e mais especificamente o uso de Saccharomyces boulardii para prevenir a diarreia por Clostridium difficiles.
No Brasil, o Lactobacillus rhamnosus ainda não é comercializado, o que dificulta seu uso rotineiro pelo pediatra.
Portanto, o uso dos probióticos mencionados acima seria benéfico para prevenir a diarreia causada pelos antibióticos, sendo recomendado seu uso a partir do inicio do tratamento até o fim da sua administração.
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