São comuns em lactentes os distúrbios gastrintestinais funcionais, também conhecidos pela sigla FGIDS, caracterizados por sintomas crônicos ou recorrentes sem causas estruturais ou bioquímicas claras. Esses distúrbios afetam entre 15% e 30% dos lactentes, e os sinais e sintomas mais comuns são as regurgitações, os vômitos, a cólica, o choro, a distensão abdominal, a flatulência, a dificuldade e o esforço antes ou durante as evacuações, as fezes endurecidas, a diminuição ou o aumento da frequência de evacuações, entre outros.
Ocorrem como uma resposta adaptativa do lactente aos estímulos internos e externos da interação de fatores biopsicossociais. Durante a gestação e nos primeiros anos de vida, ocorre um crescimento rápido do intestino, maturação funcional progressiva, alterações do sistema imunológico, da motilidade intestinal e o estabelecimento da microbiota, que podem levar alguns lactentes a apresentar sintomas de FGIDS. É importante ressaltar que esses sintomas ocorrem em lactentes com desenvolvimento normal, e os exames complementares só devem ser realizados caso a criança apresente algum sinal de alerta que indique a presença de uma doença orgânica.
Com o objetivo de padronizar o diagnóstico dos distúrbios gastrintestinais funcionais, são utilizados os chamados critérios de Roma, cuja última atualização foi em 2016 e, atualmente, é denominada Roma IV.
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