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Pediatria20 agosto 2020

Novo teste para Covid-19 através da saliva

A FDA emitiu autorização de uso de emergência para a utilização de um novo tipo de teste para detecção da Covid-19 através da saliva.

Em 15 de agosto, o órgão americano Food and Drug Administration (FDA) emitiu uma autorização de uso de emergência à Yale School of Public Health para a utilização do teste diagnóstico SalivaDirect COVID-19, um novo tipo de teste para detecção do vírus SARS-CoV-2 na saliva, o que poderia reduzir os custos e o tempo para processar os resultados.

A coleta do teste não requer nenhum tipo especial de cotonete ou tubo: a saliva pode ser recolhida em qualquer recipiente estéril. Este teste também é único porque não requer uma etapa separada de extração de ácido nucleico. Isso é bastante significativo, pois os kits de extração usados para esta etapa em outros testes estavam sujeitos à escassez.

De acordo com a FDA, ser capaz de realizar um teste sem esses kits aumenta a capacidade de aumentar a quantidade de testes, ao mesmo tempo em que reduz a pressão sobre os recursos disponíveis. Além disso, a metodologia SalivaDirect foi validada e autorizada para uso com diferentes combinações de reagentes e instrumentos comumente usados, o que significa que o teste pode ser usado amplamente na maioria dos laboratórios de alta complexidade.

Leia também: Covid-19: teste rápido e barato é capaz de prever risco de complicações

RFepresentação gráfica do vírus causador da Covid-19, alvo do novo teste de saliva

Licença aberta do teste de saliva

A intenção de Yale é fornecer o protocolo SalivaDirect para laboratórios interessados como um protocolo de “código aberto”, o que significa que laboratórios designados podem seguir o protocolo para obter os componentes necessários e realizar o teste em seu laboratório de acordo com as instruções de uso de Yale.

Como esse teste não depende de nenhum equipamento proprietário da Yale e pode usar uma variedade de componentes de teste disponíveis comercialmente, ele pode ser montado e usado em laboratórios de alta complexidade em todos os Estados Unidos, desde que atendam às condições de autorização no país.

Mais informações sobre Covid-19 na nova edição da Revista PEBMED

A FDA declarou que este é o quinto teste autorizado que usa saliva como amostra. O teste de saliva elimina a necessidade de swabs nasofaríngeos, que também costumam apresentar escassez, e alivia o desconforto do paciente associado a esse tipo de coleta.

Uma vez que a amostra de saliva é autocoletada sob a observação de um profissional de saúde, ela também pode diminuir o risco para os profissionais responsáveis pelo recolhimento da amostra. A FDA observou um desempenho variável em testes com saliva. Por isso, determinou que o teste de Yale atende aos critérios para autorização de emergência para testar amostras de saliva para SARS-CoV-2.

Saiba mais: Covid-19: estudo detecta carga viral mais alta em crianças menores de 5 anos

Validação na prática

O método SalivaDirect está sendo validado como um teste para indivíduos assintomáticos por meio de um programa que testa jogadores e funcionários da NBA. Os resultados, até o momento, parecem ser precisos e semelhantes aos dos swabs nasofaríngeos para Covid-19, conforme os resultados de um artigo preprint publicado por Vogels e colaboradores no site medRxiv.

Segundo nota emitida por Yale, “o método SalivaDirect é mais simples, menos caro e menos invasivo do que o swab nasofaríngeo, método tradicional para detecção do SARS-CoV-2, e os resultados até agora revelaram que o SalivaDirect é altamente sensível e produz resultados semelhantes aos do swab nasofaríngeo.”

Referências bibliográficas:

Autoria

Foto de Roberta Esteves Vieira de Castro

Roberta Esteves Vieira de Castro

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra

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