A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a comercialização e o uso do novo autoteste de Covid-19 da MedLevensohn, o único aprovado até o momento no Brasil que pode ser realizado por crianças a partir dos três anos de idade.
O MedTeste Autoteste Covid-19 AG possui sensibilidade de 93,2% e especificidade de 99,2%, atingindo uma precisão relativa de 97,5% em comparação com os testes de RT-PCR. O exame é realizado através de coleta nasal com o diagnóstico sendo revelado em apenas dez minutos. O teste já está disponível nas principais redes de farmácias do país.
O produto é capaz de detectar a presença do novo coronavírus a partir do primeiro dia de sinais e sintomas da doença e pode ser utilizado em crianças a partir dos três anos de idade. A empresa elaborou e incluiu no manual de instruções de uso um filme tutorial para a realização do teste, que pode ser visualizado neste link.
“Com um alto índice de confiabilidade, os autotestes oferecem ainda mais segurança para a população, além de contribuírem para o controle da circulação do vírus, suporte ao sistema de saúde do país e desenvolvimento da cultura de testagem entre os brasileiros. O autoexame agiliza o diagnóstico, o tratamento da enfermidade e ainda favorece uma rápida tomada de decisão para o início do protocolo de isolamento social”, destacou o diretor de Operações Comerciais da MedLevensohn, Ricardo Scaroni.
Desde maio deste ano, a Anvisa autorizou o uso de autotestes de Covid-19 no país, o que permite a comercialização dos testes em farmácias e estabelecimentos de saúde.
“A grande vantagem dos autotestes é, sem dúvida, a possibilidade de diagnóstico rápido frente a suspeita de Covid-19, o que permitiria um isolamento domiciliar mais precoce e maior chance de diminuição de transmissão do novo coronavírus. Entretanto, existem limitações que devem ser consideradas. Técnicas inadequadas de coleta e processamento do teste podem comprometer sua performance. Nesses casos, resultados falso-negativos podem levar a pessoas infectadas a manterem suas atividades, sem fazer o isolamento necessário, por acreditarem que não apresentam Covid-19. Portanto, é importante que as instruções sejam seguidas corretamente e que os testes sejam confirmados, caso a suspeita permaneça”, explicou a infectologista do Hospital Clementino Fraga Filho e colunista da PEBMED, Isabel Cristina Melo Mendes, em entrevista para o portal.
Uma quarta onda de Covid-19 no Brasil?
Há cerca de um mês, a média móvel de novos casos passou a apresentar tendência de alta e isso explodiu na última semana, quando o número de novos casos diários ficou em torno de 30 mil, um aumento de 107%, em comparação com duas semanas antes.
O aumento dos diagnósticos positivos já se reflete no sistema de saúde, com o respectivo aumento de internações e atendimentos em, pelo menos, sete estados, embora o número de óbitos não tenha acompanhado.
No final da tarde desta segunda-feira (13/6), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) atualizou os números diários sobre a pandemia de Covid-19 no país. De acordo com os últimos dados, o país agora possui 31.497.038 casos confirmados e 668.180 óbitos pela doença.
Somente nas últimas 24 horas, foram incluídos mais 40.173 pessoas infectadas e 70 óbitos. A taxa de letalidade no Brasil permanece em 2,1%. Entretanto, especialistas alertam que a quantidade real de infecções é subestimada, uma vez que o número de testes realizados atualmente no país é muito baixo. Em maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) fez apenas 176 mil testes, contra 1,7 milhão realizados em janeiro.
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Será realmente que o Brasil vive uma quarta onda de Covid-19?
Na opinião da infectologista Isabel Mendes, não se pode antecipar a magnitude que esses novos casos podem chegar, mas estratégias como manter uso de máscaras e distanciamento social, higienização frequente das mãos e vacinação são importantes para o controle da doença e evitar que a circulação do novo coronavírus torne-se novamente descontrolada.
“No atual momento epidemiológico é importante que indivíduos que apresentem quadro suspeito de Covid-19 procurem realizar teste diagnóstico e mantenham-se isolados ou com uso de máscara adequada (preferencialmente N95) até o resultado. Vale ressaltar que, com novas variantes e com a influência da vacinação, as pessoas podem apresentar sintomas leves e de curta duração ou mesmo sintomas atípicos, como diarreia. É necessário manter uma alta suspeição para recomendar a testagem nesse momento”, ressaltou a infectologista, que acrescentou que uma vez com resultado positivo, o paciente deve ser orientado a manter-se isolado.
“O tratamento para a maioria dos casos sintomáticos segue sendo o de suporte, com uso de sintomáticos, repouso e hidratação. Indivíduos com fatores de risco para doença grave, como idosos, presença de múltiplas comorbidades e imunossuprimidos, devem ser orientados a procurar atendimento médico caso apresentem sinais de alarme como dispnéia, taquipneia, dessaturação ou sinais de descompensação de doença de base ou de desidratação”, concluiu Isabel Mendes.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
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